Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Livro de Dave Thompson relata encontro de David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed

Trio representa uma fase de androginia, sexo, purpurina e drogas. União aconteceu no início da década de 1970 e causou a mudança da história da música pop



Andy Warhol, catalisador de todas essas figuras, permeia boa parte da história. Com a Factory, que serviu como cenário para que o Velvet Underground florescesse, e toda cena alternativa nova-iorquina a seu dispor, o artista tem passagens impagáveis no livro. Uma das melhores é do primeiro encontro dele com Bowie. Nervoso, o britânico chegou sem saber o que dizer para o artista, que mais ouvia do que falava. Mostrou a ele a canção feita em sua homenagem, ;Andy Warhol; (gravada em 1971). Andy odiou, causando constrangimento a Bowie, que, no entanto, lhe chamou a atenção pelos sapatos amarelos, muito elogiados. Foi o único diálogo que os dois tiveram naquela ocasião.

[SAIBAMAIS]A narrativa continua explorando esse universo de androginia, sexo, purpurina, álcool, maquiagem, drogas. A maneira como o autor cruza as histórias faz um retrato irretocável da época, 40 anos depois. Com a cultura dos excessos, o rock nunca mais foi o mesmo.

Exposição do camaleão está chegando ao Brasil

Longe dos palcos desde 2006, quando participou de um evento beneficente em Nova York, rara aparição após uma angioplastia sofrida dois anos antes, mesmo assim David Bowie mantém proximidade com seu público. Com 67 anos recém-completados, ele lançou um dos álbuns mais incensados de 2013, ;The next day;; teve recentemente parte de sua discografia relançada, incluindo Ziggy Stardust (1972) e Aladdin Sane (1973); e ganhou uma exposição comemorativa dos 50 anos de carreira, a incensada David Bowie is.

Apresentada entre março e agosto do ano passado no Victoria & Albert Museum ( V), em Londres, a mostra depois foi para Toronto (Canadá) e chega a São Paulo no fim deste mês. Após a bem-sucedida experiência com Stanley Kubrick, exposição terminada ontem que fez o Museu da Imagem e do Som receber, pela primeira vez, extensas filas de visitantes, a mesma instituição abre dia 31 a mostra organizada pelo V, que criou a retrospectiva com os arquivos do próprio músico. O barulho na Inglaterra foi significativo: 40 mil ingressos foram vendidos antecipadamente, um recorde dos museus britânicos.

Por aqui os ingressos também estão à venda. A exposição, que no Brasil vai se chamar apenas David Bowie, terá cerca de 300 itens, incluindo manuscritos de letras e figurinos originais. Estarão na mostra, que ficará em cartaz em São Paulo até 20 de abril, o macacão em vinil e a bota plataforma que Bowie usou na turnê de ;Aladdin Sane;; o terno com que aparece no curta Life on Mars? e a calça e jaqueta feitas para ;Ziggy Stardust;. No material iconográfico está a foto feita para a banda The Kon-rads, quando Bowie tinha 16 anos, além de uma imagem dele com o escritor William Burroughs.

A Cosac Naify já colocou em pré-venda em seu site o livro da exposição, editado pelo MIS a partir da edição original inglesa. Além das imagens que serão vistas na exposição, a obra apresenta a trajetória de Bowie e ensaios sobre música, cinema e comportamento.

DAVID BOWIE

Abertura dia 31, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Os ingressos custam R$ 25 já podem ser adquiridos pelo site ingressorapido.com.br. O livro David Bowie (R$ 119,90) está em pré-venda no site editora.cosacnaify.com.br.