;Já nasci feliz;, declarou Nelson Ned ao Estado de Minas, em dezembro último. Sentado no sofá da sala da casa da irmã, Neuma, em São Paulo, o cantor se emocionou ao conceder à repórter Ana Clara Brant a última entrevista. À pergunta ;Você foi feliz?;, ele deu resposta certeira. O artista morreu na manhã de ontem no Hospital Regional de Cotia, em São Paulo, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Ele apresentou vários problemas de saúde nos últimos anos, inclusive um AVC que o imobilizou e o deixou cego de um olho. O corpo foi velado na tarde de ontem no cemitério Horto da Paz, em Itapeçirica da Serra e a cremação estava prevista para o início da noite.
Desde o final de dezembro, Ned, 66 anos, morava em uma casa de repouso em São Paulo e recebia a visita da irmã, que é a curadora de sua obra, semanalmente.
Nascido em Ubá (MG), terra de Ary Barroso e do ator Mauro Mendonça, Ned era o primeiro de sete irmãos, cujos nomes começam com a sílaba ;ne; em homenagem ao pai Nelson de Moura Pinto e à mãe Ned d;Ávila Pinto. Menino, ele foi morar em Belo Horizonte com os pais e, aos 12 anos, começou a trabalhar como secretário na fábrica de chocolate Lacta para ajudar a família. Foi lá que conheceu a musa de Tudo passará, um dos maiores sucessos, regravado em mais de 40 idiomas. Era a filha do dono da indústria.
[VIDEO1]
Ned gravou 32 discos e foi o primeiro cantor latino-americano a vender mais de 1 milhão de cópias nos Estados Unidos. Em entrevista ao Estado de Minas, ele confessou que adorava Miami, sede da maior comunidade latina dos EUA, porque lá começou a fazer sucesso internacional. As músicas do cantor eram adoradas em países como México, Argentina, Colômbia, Portugal e Espanha. O escritor colombiano Gabriel García Márquez, certa vez, confessou que escrevia ao som de Nelson Ned.
A matéria completa está disponível, para assinantes. Para assinar, clique .