postado em 22/12/2013 08:00
Uma visão histórica embutida em um projeto de cinema ambicioso. Em 10 de janeiro do ano que vem, quando Ninfomaníaca ; Volume 1 alcançar as salas de cinema brasileiros, mais uma das tramas do dinamarquês Lars von Trier será apresentada com alarde e polêmica.
Planejado para ser um filme com quatro horas de duração, a fita será dividida em dois capítulos. O volume um apresenta a primeira parte das memórias da ninfomaníaca Joe (Stacy Martin) desde a juventude até a idade adulta quando a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg assume os rumos de sua personagem.
O segundo episódio que fechará o ciclo só será lançado em 2014. Ninfomaníaca concentra fortemente uma das obsessões de um artista preparado para criar o desconforto: o sexo polêmico.
Filho de dois sociólogos, nascido no fim da década de 1950, Trier lidava com questões políticas dentro de casa desde a infância. A mãe deixava que o filho usasse o livre arbítrio, podendo decidir se iria à escola ou se cumpriria as tarefas escolares ou não.
Cresceu como uma criança voluntariosa e o próprio diretor admite a obsessão pelo controle total de tudo que o cerca na idade adulta. Hoje, com 57 anos, peleja para manter algumas das regras de seu cinema descritas no manifesto Dogma 95, redigido com o colega de classe de universidade, o cineasta Thomas Vintenberg.
As 10 regras eram ao mesmo tempo uma reação clara ao cinema massificado e ultrapreciso de Hollywood quanto à política de autores da França. Segundo o estudioso francês Philippe Dubois, Trier apresenta um cinema com necessidade de se reinventar por ter sido iniciado após o estabelecimento e o domínio das técnicas e linguagens da sétima arte. Embora aos experimentos formais do Dogma tenham desbotado ao longo do tempo, algumas de suas características foram preservadas na sua prática cinematográfica.
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