Diversão e Arte

Por meio da fotografia, a capital do país mostra seu lado ousado

Cada vez mais, há quem tire a roupa para integrar o portfólio de fotógrafos locais consagrados. O nu transita entre a poesia e o manifesto

postado em 08/12/2013 08:00
Cada vez mais, há quem tire a roupa para integrar o portfólio de fotógrafos locais consagrados. O nu transita entre a poesia e o manifesto

As fotos desta página ofendem? A resposta à indagação parece ser o termômetro entre o que pode ser considerado arte e o que não pode. Embora o nu apareça em telas plásticas desde a Grécia Antiga e conste na fotografia em seus primórdios (procure pelos cliques do francês Jean Louis Marie Eug;ne Durieu, morto em 1874), a subjetividade permanece latente. ;O nu ofende, constrange. Muitos não se sentem à vontade;, comenta Kazuo Okubo, cujo trabalho se tornou conhecido por conta das imagens de pessoas desnudas.

Cada vez mais, há quem tire a roupa para integrar o portfólio de fotógrafos locais consagrados. O nu transita entre a poesia e o manifesto Hoje, Kazuo é prestigiado e transita com tranquilidade por entre as galerias da cidade. Nem por isso, não sofre resistência. ;O Ministério da Justiça demonstrou interesse em conhecer e expor meu trabalho. Depois de verem o conteúdo, relutaram. Não aconteceu;, recorda.

O jovem Rafael Godoy Brito, que também investe no nu, enfrenta situação parecida: ;Recebi uma proposta de emprego. Depois de mostrar meu portfólio, eles informaram que meu perfil não era compatível, já que o projeto era educacional;. A brasiliense Maíra Morais, que somente fotografa mulheres, teve que retirar alguns trabalhos do ar. ;Namorados e familiares reclamam da exposição;. Para Mariana, ;a mentalidade do brasileiro é contraditória. O biquíni, tão revelador, pode. A lingerie não.;



Apesar das adversidades, o fascínio pelo corpo humano prevalece. ;A roupa é uma cobertura, uma máscara. O corpo revela quem de fato somos, sem reparos;, opinou Diego Bresani, um dos mais concorridos profissionais da área. Além do valor estético, o nu aparece como ferramenta de manifesto. ;O corpo quebra protocolo. Chama a atenção. Por isso, muitos o usam como um cartaz natural;, destaca Kazuo.

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