Na casa da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro, o rádio tocava um pouco de tudo, do samba tipicamente carioca ao jazz de Ella Fitzgerald. Algumas composições de Zé Keti, como Diz que fui por aí e A voz do morro, ficaram na cabeça do então garoto Augusto Martins. Anos mais tarde, precisamente em meados da década de 1990, o agora cantor Augusto, em início de carreira, teria a honra de dividir o palco com Kéti. ;Foi um domingo, em uma boate de Copacabana, um dia pós-praia;, relembra o artista. ;A música que me lembro de termos cantado com certeza foi Máscara negra.; Zé Kéti morreria em 1999, aos 78 anos.
A relação entre Augusto Martins e o icônico sambista ganha um novo capítulo agora, com o lançamento de Violão, voz e Zé Keti, em que o cantor recria, ao lado do amigo e violonista Marcel Powell, parte da obra do artista. Canções-símbolo de Kéti não foram deixadas de lado, como Nega Dina, Opinião, Acender as velas e Malvadeza Durão. Mas a dupla decidiu incluir, ainda, uma parte menos conhecida do legado do carioca. É o caso de Tamborim, Madrugada e Amor passageiro.
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O projeto, contudo, é encarado por Martins mais como um tributo do que propriamente um resgate. ;Acredito que a obra dele ainda é muito presente, pelo menos três canções dele são superconhecidas. No Rio, eu vejo bastante. E sei que por aí, nas rodas de samba, ele é também sempre reverenciado;, observa o cantor. ;Mas ele é um cara pouco gravado. Nesse sentido, o disco é importante, pois traz a obra dele para o presente.;
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