Talvez seja preciso uma atriz da estatura de Marieta Severo para quebrar o atual panorama teatral, engessado e dominado por comédias e musicais. Aos 48 anos de carreira, uma das mais consagradas artistas brasileiras encarou a audácia de levar um denso drama para os palcos. Em cartaz, no Rio de Janeiro, desde setembro, Incêndios fala sobre uma realidade na qual ;irmão mata irmão;, como definiu a própria Marieta, em uma conversa exclusiva com o Correio.
A coragem foi recompensada. Todos os ingressos para a temporada, que se arrasta até o fim de dezembro deste ano, já foram vendidos, e as entradas para a temporada de 2014, somente em junho, começam a ser anunciadas. Resultado surreal e improvável. ;A peça emociona. As pessoas ficam pasmas. É uma experiência teatral muito rica;, disse a atriz, ao comentar a montagem inédita, para o texto do libanês Wajdi Mouawad.
O espetáculo, originalmente sobre a guerra civil árabe, provoca na atriz uma imersão pela própria história e a remete aos anos de ditadura e à realidade social brasileira. Nesta entrevista, Marieta recorda algumas experiências passadas, opina acerca do cenário atual e lembra os principais nomes que a acompanharam no decorrer dos 67 anos de vida, como o ex-marido e compositor Chico Buarque, a estilista Zuzu Angel e o atual namorado e diretor de teatro Aderbal Freire Filho. O papo fluiu com desembaraço: ;Foi fácil;.
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