A primeira vez que Arlete Salles apareceu nas telas foi em preto e branco. Fazia a amante de um coronel no filme Terra sem Deus, do pernambucano José Carlos Burle, em 1963. Lá se vão 50 anos. Para a menina nascida na pequena Paudalho, chegar à capital Recife fora um primeiro passo. Por lá, fez algumas peças de teatro e trabalhou no rádio. A estreia na televisão aconteceu apenas quatro anos depois, já no Rio de Janeiro, de onde nunca mais saiu.
No decorrer da longa carreira, Arlete transitou entre todos os gêneros e compôs personagens marcantes em novelas, como Selva de pedra (1972), Tieta (1989) e Fina estampa (2011). Recentemente, passou a ser reconhecida pela hilária Copélia, do humorístico Toma lá, dá cá, que divertiu os telespectadores por mais de três anos, à custa de uma infinidade de aventuras sexuais e do bordão ;prefiro não comentar;, até hoje lembrado.
Em entrevista ao Correio, a artista relembrou o começo da profissão, refletiu sobre as escolhas e se mostrou especialmente dedicada ao futuro. ;Tantas águas já rolaram. Histórias belas ou não. Paguei meu débito, superei os carmas e prefiro o que está por vir;, disse. Com o bom humor característico, Arlete brincou com a idade (71 anos) e antecipou que logo voltará às telas: ;Um personagem está sendo escrito para mim. Vocês verão que surpresa!”.
Entrevista Arlete Salles
É verdade que o seu sonho de infância era trabalhar em rádio?
Acho que sonho é uma forma intuitiva de nos aproximarmos da nossa profissão. Na época, rádio foi o que aconteceu para mim. Teatro era uma coisa muito distante. O mais acessível e mais popular era o rádio. Foi por meio dele que pude começar. Mas, não diria que era meu sonho.
Como aconteceu essa mudança do Nordeste para o Rio de Janeiro?
Saí do Recife com (o ex-marido e ator) Lúcio Mauro. Meu primeiro trabalho foi na (extinta) Tupi, em um momento que os poucos canais estavam descobrindo os ;enlatados;, aquela programação gravada, pronta. Ou seja, não precisavam de elenco fixo. Acabamos ficando sem espaço para trabalhar e ralamos muito até aparecer a Globo. Todos migraram para cá, de qualquer maneira. Eu, Lúcio (Mauro), José Santa Cruz, o (José) Wilker, depois; Inclusive, outro dia, o Wilker lembrou desse início. Ele ainda menino me olhando no estúdio, observando os atores. A televisão, como a conhecemos, estava nascendo.
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