Diversão e Arte

Christiane F. desabafa: 'para o mundo, sempre terei 18, 16 anos'

Christiane Felscherinow publica sua segunda autobiografia, revelando os anos que se seguiram à vida errante na Berlim dos anos 1970

Agência France-Presse
postado em 12/10/2013 09:06
Segunda obra aparece 35 anos depois do depoimento da adolescente alemã que se prostituía para garantir sua dose de heroína
Frankfurt - Três décadas após seu best-seller "Eu, Christiane F., 13 anos, Drogada, Prostituída", Christiane Felscherinow apresentou na sexta-feira (11/10), em Frankfurt, sua segunda autobiografia, revelando os anos que se seguiram à vida errante na Berlim dos anos 1970. "Sempre me remetem a Christiane F.. Para todo o mundo, eu continuo com 18, ou 16 anos. E é muito difícil, para mim, dizer: ;eu posso dirigir um carrão, eu posso fazer isso;", disse ela em uma entrevista coletiva na Feira do Livro em Frankfurt, o mais importante evento mundial do mercado editorial. "Eu sou sempre uma garota de 15 anos. É por isso que esse livro é necessário para mim", explicou.


Christiane, hoje com 51, apresentou "Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo" (em tradução livre), sua nova autobiografia escrita em colaboração com a jornalista alemã Sonia Vukovic, em que conta sua vida adulta, entre drogas, tentativas de desintoxicação, aventuras com estrelas e até uma passagem pela prisão.

Essa segunda obra aparece 35 anos depois do depoimento da adolescente alemã que se prostituía para garantir sua dose de heroína. Virou livro, vendeu milhões de exemplares, chegou às telas do cinema, ganhou o mundo. E chocou a Alemanha, ao mostrar o retrato de uma juventude à deriva no submundo da então Berlim Ocidental. "Nós não douramos a pílula em nada", garantiu Sonia Vukovic, nesta sexta-feira, sobre o novo livro. "Afirmamos de maneira bem clara que Christiane não se sente bem fisicamente", completou.

No livro, ela também fala do nascimento de seu filho, Philipp, em 1996, e de seus esforços para ser uma boa mãe. Em 2008, porém, ela decide partir para Amsterdã, e as autoridades retiram-lhe a guarda do filho, que é entregue a uma família de acolhimento. "A família é muito gentil. (...) Meu filho vai entrar no colégio, e eu me pergunto se é razoável, hoje, dizer de maneira egoísta: ;agora, eu posso tê-lo novamente, quero que ele volte imediatamente para casa. Nós nos vemos nos finais de semana e durante as férias. Sempre foi assim. (...) É melhor que ele termine o colégio. A evolução atual me agrada, e eu estou orgulhosa", afirmou.

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