O cineasta Gustavo Galvão é um cara instável. Ele queria fazer cinema numa época em que o curso da UnB não estava funcionando e o cinema de Brasília não andava tão bem das pernas. Pensou em adotar a publicidade como carreira universitária. Acabou optando por fazer jornalismo no último segundo. Anos depois, vivia de forma estável como crítico de cinema no Correio para estudar a sétima arte na Espanha.
Tinha 26 anos. Mais tarde, cansou-se do ;eterno pioneirismo cultural em Brasília; e se mandou para São Paulo, onde continua a fazer filmes brasilienses num total de sete curtas-metragens. Este ano, completou 38 anos de vida e corre para lançar dois filmes ao mesmo tempo. Em setembro, exibiu, na cidade em que nasceu, Uma dose violenta de qualquer coisa, único longa de ficção selecionado para a Mostra Brasília do 46; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em outubro, entrou em cartaz Nove crônicas para um coração aos berros, título episódico com Simone Spoladore, Marat Descartes, Leonardo Medeiros e grande elenco, em cartaz em um horário: às 21h, no Cultura Liberty Mall.
Essencial
Brasília terá a possibilidade de crescer intelectualmente quando se entender como capital. Ser capital não é somente ser a sede dos poderes públicos. É ter relevância para o país inteiro. O projeto inicial de Brasília era o da capital essencial para o Brasil. Não estamos conseguindo ter essa relevância. Está na hora de as pessoas e instituições (públicas ou não) assumirem a cidade.
Palavrão
A palavra estabilidade é um palavrão. A estabilidade do funcionalismo público mata o projeto vanguardista de Brasília. Vanguarda é risco, no sentido de empreendedorismo mesmo. Quero deixar claro que não tenho nada contra uma pessoa desejar ter estabilidade na vida. Não é isso. Mas me incomoda ver essa mentalidade contaminar as outras áreas. Meus filmes atacam isso.
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