A alquimia de Luiz Gallina é obsessiva. Na chácara perto do Lago Sul incrustrada no cerrado, ele combina pastéis, guache, colagem, nanquim e fotografia embalado pelas ideias das práticas milenares dos alquimistas. É praticamente um laboratório de filosofias e imagens que Gallina mantém no galpão ao lado da casa. De lá, saíram os 36 desenhos das séries Sol e Luna, apresentadas ao público de hoje a quarta-feira na Galeria Espaço Piloto.
Os desenhos são a continuação de pesquisa iniciada há seis anos e concretizada no início de 2013 com as gravuras do livro A tábua de esmeralda. Depois de tatear um caminho de mistérios ; a alquimia tem uma sistemática e uma linguagem nas quais é preciso mergulhar e se distanciar para compreender ;, o artista conseguiu se apropriar de símbolos e reflexões para criar uma de suas séries mais maduras, poéticas e densas.
Ancorados em um mosaico que inclui psicanálise, sonho, filosofia e pesquisa histórica, os desenhos desvendam duas ideias essenciais na alquimia. Em Sol está o início do trabalho dos alquimistas e a putrefação é o ponto de partida. Para os antigos, esse estágio significava que os trabalhos estavam começando pelo bom caminho, pela reação química de putrefação, o início de tudo. Gallina explica que são quatro estágios ; Nigredo, Albedo, Citrinitas e Rubedo ;, cada um representando um estado da vida. Aí entram a purificação, o despertar e a iluminação, representados nos desenhos por figuras como o corvo, o pavão e a fênix e por cores que partem do preto para chegar ao amarelo e vermelho da iluminação. ;O sol, na alquimia, é a razão, é a vigília, é quando a gente está acordado;, explica Gallina.
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