"Passei por um treinamento e semanas de repetição e sincronização com a câmera de Alfonso". "E, depois, tinha que separar tudo aquilo das expressões faciais, para poder contar a história emocional", acrescentou a atriz de 49 anos, vencedora do Oscar em 2010 por "Um Sonho Possível" e que já é apontada como uma das indicadas para a próxima premiação da Academia.
Esqueça o espaço
Produzido pelo britânico David Heyman - que trabalhou com Cuarón em "Harry Potter e o prisioneuro de Azkaban" (2004) -, o filme da Warner Bros é a metáfora de uma viagem emocional: o da reconciliação da doutora Ryan Stone com sua vida na Terra. "O filme é sobre uma mulher. Esqueça o espaço. É uma mulher à deriva no vazio, vítima de sua própria inércia", disse Cuarón.
"Ela é confrontada com todas estas adversidades que a afastam cada vez mais de qualquer conexão humana e do sentido da vida", disse o diretor de "E sua mãe também" (2001) e "Filhos da Esperança" (2006). "Todos os outros elementos são vozes que integram sua psique, que representam o surgimento da vida. Porque apesar dela estar desesperada e do cérebro dizer ;me rendo;, há algo que nos faz seguir adiante. A vida segue adiante".
"Gravidade" é o ;queridinho; da crítica desde sua estreia mundial em agosto no Festival de Veneza. Com citações de Stanley Kubrick, que fez história com "2001: Uma Odisseia do Espaço" (1968), e do diretor alemão Max Ophüls, famoso pelos profundos retratos de mulheres, o crítico de cinema Justin Chang foi só elogios na revista Variety. "Imagino que, em algum lugar, os espíritos de Stanley Kubrick e Max Ophüls estão assistindo com admiração", concluiu.