Diversão e Arte

Personagens de livros famosos são resgatados por autores contemporâneos

Entre os escritores modernos, o argentino Jorge Luis Borges escreveu narrativas para personagens de Franz Kafka, Willian Shakespeare e do próprio Cervantes

postado em 30/09/2013 07:00
Personagens de Shakespeare ganham novas releituras por outros autoresNem sempre a história de um personagem termina no ponto final de um livro. Algumas figuras são tão marcantes que outros autores acham válido resgatá-las em novas narrativas. Se as narrativas e personagens, depois do livro publicado, pertencem ao imaginário do leitor atento, ele acaba recriando aventuras e revivendo memórias das figuras das obras preferidas.

Por esse imaginário, e pela liberdade criativa, os personagens ressurgem pelas mãos de outros autores, que são, antes de tudo, leitores sagazes. Um caso polêmico e de referência diz respeito ao Livro apócrifo de Dom Quixote de la Mancha, assinado por Alonso Fernandez de Avallaneda ; cuja identidade é motivo de discussão entre estudiosos. Enquanto Miguel de Cervantes, criador do tresloucado fidalgo que sonhava em reencarnar o espírito dos antigos cavaleiros andantes, refugava em escrever a continuação da história, Avallaneda publicou por conta própria a Segunda parte do engenhoso cavaleiro Dom Quixote de la Mancha, em 1614.

Porém, esse não é o único caso. Entre os escritores modernos, o argentino Jorge Luis Borges escreveu narrativas para personagens de Franz Kafka, Willian Shakespeare e do próprio Cervantes, a quem admirava especialmente entre os autores espanhóis. ;Comecei a escrever quando tinha 6 ou 7 anos. Tentei imitar os clássicos espanhóis ; Miguel de Cervantes, por exemplo. (;) Minha primeira história foi um romance sem sentido à maneira de Cervantes, um romance à moda antiga, chamado La visera fatal;, confessou Borges em Elogio da sombra ; Um ensaio autobiográfico. O autor argentino escreveu ensaios a respeito de obras e escritores que se transformaram em contos modernos envolvendo os personagens em narrativas novas, onde tentou criar reações para eles, como fez nas Parábolas de Cervantes e Quixote, em que acaba justificando, de certa maneira, a releitura amparada pelos realces de imaginação que a literatura causa. ;Porque no princípio da literatura está o mito e inclusive no fim.;


A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação