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Diversão e Arte

James Bond volta aos livros com mulheres, carros esportivos e os anos 1960

A ação do romance começa no hotel Dorchester de Londres. E foi no mesmo estabelecimento de ar colonial que Boyd lançou "Solo" nesta quarta-feira (25/9)

Londres - Com a ajuda dos melhores carros esportivos e de belas mulheres, o escritor britânico William Boyd apresentou nesta quarta-feira (25/9) o novo livro do agente James Bond, "Solo", ambientado nos anos 60. A ação do romance começa no hotel Dorchester de Londres. E foi no mesmo estabelecimento de ar colonial que Boyd lançou "Solo" nesta quarta-feira (25), antes de entregar sete exemplares autografados a sete aeromoças para que os levassem, em carros esportivos Jensen, ao aeroporto de Heathrow e de lá para o mundo.



O escritor aceitou o desafio porque "não se rejeita James Bond" e porque é um grande admirador da saga - a ponto de ter transformado Fleming em personagem de um de seus romances - desde que leu, escondido, quando era estudante, "From Russia with Love" ("Moscou contra 007 no cinema"). Como nos romances anteriores, Boyd se inspirou na própria biografia. Nascido em Accra, Gana, há 61 anos, o autor envia 007 à África para uma missão em Zanzarim, um país fictício abalado pela guerra civil que lembra muito a Biafra (sul da Nigéria) dos anos 60.

A ação se passa em 1969, momento de mudança ao qual Bond, 45 anos no livro, não escapa. "Os romances de Fleming, sobretudo os primeiros, refletem a atitude desconsiderada dos homens desta patente e educação. Em meados dos anos 60 acontece uma verdadeira mudança e um personagem tão inteligente como Bond, que vive no bairro de Chelsea, ao lado de King;s Road, na Londres libertina, não pode escapar disto".

Mas os ingredientes imortais de Bond aparecem a partir da página 15, quando encontramos 007 em um bar de Chelsea bebendo vinho e admirando os seios da jovem da mesa ao lado. Boyd escreveu roteiros para três atores que encarnaram Bond, Sean Connery, Pierce Brosnan e Daniel Craig. Mas destacou que escolheria outro para a eventual adaptação de "Solo", Daniel Day Lewis, mas sem acreditar que o filme será um dia produzido.