Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Banda Paralamas do Sucesso agita a última noite do Porão do Rock

Focando o repertório na década de 1980 (até como justificativa pelos shows comemorativos dos 30 anos de carreira da banda), os músicos abusaram de músicas dos primeiros álbuns



Ainda com uma plateia em menor número do que uma banda da grandeza dos Paralamas do Sucesso merecia, o grupo subiu ao palco pontualmente às 20h25 e a apresentação foi melhorando à medida que cada vez mais gente chegava ao estacionamento do estádio Mané Garricha. Focando o repertório na década de 1980 (até como justificativa pelos shows comemorativos dos 30 anos de carreira da banda), os músicos abusaram de músicas dos primeiros álbuns como Cinema mudo, Óculos, Selvagem? e Lanterna dos afogados. Boa parte do público se derreteu com a ótima dobradinha Romance ideal e Quase um segundo.

No bis, a banda ganhou (ainda mais) o público brasiliense ao tocar Vital e sua moto (com referência a Brasília) e Que país é este? (Legião Urbana). Uma pena que apresentaram apenas uma faixa dos belos álbum Nove luas (Lourinha bombril) e Hey na na (Ela disse adeus).

Antes do show, Herbert Vianna explicou como é tocar em Brasília, onde viveu parte da própria vida. ;Dei um passeio pela cidade e desci pelas (poucas) ladeiras que andava de skate quando era novo. Muito legal passar pelos lugares que frequentei, a escola, é uma recordação muito boa sempre voltar para a cidade;, afirmou o músico.


Antes dos Paralamas, a banda capixaba Supercombo surpreendeu o público com uma excelente apresentação, influenciados pelo melhor do rock alternativo norte-americano das últimas décadas. Outro grupo que arrancou aplausos do público foi a Rocca Vegas (CE), que apesar de nova, reúne alguns integrantes que já há algum tempo milita na cena independente do nordeste, como o vocalista Maurílio Fernandes. ;O show foi sensacional, já tinha vindo ao Porão do Rock com minha banda antiga (Switch Stance, em 2004), que tinha sido o melhor show da minha vida. "Temos uma recordação muito boa e a apresentação agora também representou isso;, disse o músico.

Primeiro dia
Na noite de sábado (30/8), roqueiros de todas as idades, desde jovens até idosos acompanharam uma maratona que começou às 18 horas, com a banda Penteando Macaco, do Entorno. O melhor show da noite foi do Dead Fish (ES), que empolgou o público selecionando músicas representativas de própria trajetória. O Soulfly, liderado por Max Cavalera, fez a alegria dos metaleiros de plantão, principalmente quando relembrou alguns clássicos de seu antigo grupo, o Sepultura, como Territory, Refuse / Resist e Roots bloody roots.



O Capital Inicial desfilou burocraticamente seus hits encantando a plateia que já estava na mão desde o primeiro riff de guitarra. Em compensação, os cearenses do grupo Selvagens a Procura de Lei surpreendeu o público com uma excelente apresentação, amparada em belas melodias, influenciadas rock progressivo nacional da década de 1970.

Infraestrutura

O festival ofereceu uma boa infraestrutura, com praça de alimentação (que apresentou longas filas no fim do evento), pista de skate, bungee jump, loja de produtos e rapel. O ponto negativo foi o número extremamente reduzido de lixeiras, colaborando para que o lixo se espalhasse pelo chão.