Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Perto dos 97 anos, Manoel de Barros segue com ternura e timidez intactas

'Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira", diz o poeta

Campo Grande ; Manoel de Barros vive em uma casa do centro de Campo Grande com a mulher, Stella. Aos 96 anos (já conta os 97), considera ;um privilégio; ter chegado a esta altura, sem nunca precisar agradar a ninguém ou bajular. Por conta da idade, o poeta diminuiu muito a produção. A idade trouxe ainda outros dissabores, como uma maior dificuldade para andar e a lentidão para escrever. Agora, segundo ele, já em ritmo ;baticum gererê;.

O poeta faz poesia, a lápis (ou com uma caneta), usando a mão esquerda ; ostenta alguns dedos ;adormecidos;. Mantém sua letra miúda e justifica: ;Não sei de máquina. E ignoro computador. Cheguei antes;.



Em seu escritório, continua a reunir tesouros: as fotos do pai, João Wenceslau, e da mãe, Alice, uma pequena biblioteca com os livros preferidos, dicionários, a escrivaninha, vários pequenos cadernos com anotações, tocos de lápis etc., onde cria: relendo e escrevendo, ouvindo música clássica ou fazendo sua contemplação na lida diária.

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