Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Poetas e escritores se reúnem uma vez por mês para falar sobre a morte

O tema, constante nas obras, é apresentado em versos e textos

A morte é senhora respeitada, ideia que frutifica, qualidade paradoxal capaz de sugerir uma infinitude de divagações. A morte inspira poetas e ficcionistas desde que o homem soube rimar, desenhar e se expressar por meio de um alfabeto. Antes disso, já povoava as mentes por aí. Condição que, muitas vezes, dá sentido à vida, a dama da foice virou tema predileto de um grupo de escritores da cidade. Para ficar mais à vontade e realizar ações e performances, eles criaram o evento Noites Mortas. Uma vez por mês, o grupo formado por Renato Fino, 41 anos; Maurício Chades, 21; Carol Barreiro, 26; Jaqueline Dias, 40; Patrícia Colmenero; 27, Ana Prado, 27; e Hilan Bensusan, 45, se reúne com o objetivo de falar da morte, fazer leitura de poemas, contos e crônicas ligados ao tema e apresentar performances e intervenções.



A ideia foi de Fino, autor de Debaixo do céu do seu vestido. Um dia, durante uma conversa com Bensusan, que é professor de filosofia na Universidade de Brasília (UnB), ele reparou que os escritos recentes dos dois versavam sobre a morte. Saiu por aí com a notícia e descobriu mais adeptos. Decidiu então criar o grupo. No primeiro evento, o auge das apresentações foi o ;enterro; do próprio Bensusan, cujos textos andam a refletir sobre o envelhecimento e o aprendizado de que morrer será necessário. ;Estou muito interessado nesse tema, no aprender a morrer, a criar o inanimado, a se conectar com o que não é vivo, uma coisa que tem a ver com o envelhecimento;, avisa Bensusan. No blog buca l;ombrello, o filósofo publicou uma série de textos sobre o tema. O mais importante é Testamento, a origem das Noites Mortas.

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