Agência France-Presse
postado em 19/07/2013 12:52
Los Angeles - Muito antes das pesquisas que inspiraram o cult "Terror em Amityville" (1979), os conhecidos investigadores americanos de fenômenos paranormais Ed e Lorraine Warren trabalhavam em outro caso de uma casa mal-assombrada, contado somente agora, 40 anos depois, em "Invocação do mal". Apesar das milhares de investigações paranormais que estes caçadores de fantasmas asseguram ter feito, suas aventuras têm sido pouco exploradas pelo cinema. Mas isto está para mudar com "Invocação do Mal", que estreia nesta sexta-feira (19/7) na América do Norte e entre agosto e outubro na América Latina.O filme, que pretende contar um dos primeiros casos estudados pelo casal, inaugura uma provável série de longas sobre os trabalhos do demonólogo Ed Warren, que morreu em 2006, com a esposa - supostamente vidente -, Lorraine, de 86 anos. "Invocação do Mal", dirigido por James Wan, famoso pelo filme de terror "Jogos Mortais", conta o drama verídico da família Perron, cuja casa de campo em Rhode Island (no noroeste dos Estados Unidos) parece estar possuída por um espírito demoníaco. A família deposita nos Warren as últimas esperanças de salvação.
Vera Farmiga interpreta Lorraine, enquanto Ed é encarnado por Patrick Wilson. O roteiro é uma adaptação de um livro de Andrea Perron, uma das cinco filhas da família. "A parte mais assustadora do projeto foi ter que contar a história da minha família a estranhos", disse Perron. Porém, por mais aterrorizante que seja o filme, "ninguém da minha família se surpreendeu ou se assustou pelo que viu na tela. Posso garantir que o que aconteceu nesta casa foi muito mais assustador do que o que é mostrado no filme", acrescentou a autora do livro.
"A ponta do iceberg" do terror
Os atores se beneficiaram dos conselhos e confidências da parapsicóloga Lorraine Warren, que continua o trabalho que começou com o marido. Patrick Wilson, que não tem o físico robusto de Ed Warren, disse que preferiu focar no caráter do personagem. "Era um homem muito forte, com uma determinação de aço, um católico devoto e um pai e esposo dedicado", contou à AFP. "Mas ele também tinha um lado mais suave. Estava rodeado por demônios e espíritos malignos, mas gostava muito de se divertir e brincar".
Wilson garantiu que trabalhar com a temática dos acontecimentos paranormais "reais", ou apresentados como tal, não modificou suas crenças. "Nunca vi um fantasma, espírito nem nada disso. Mas houve casos em que os investigadores não encontraram respostas racionais para suas perguntas", afirmou à AFP. "Tudo isto é parte de uma mesma crença de que outras forças (além das vivas) estão aqui conosco. Não creio que sejamos só animais, acho que há outra vida e outra força. Chame-a como quiser", acrescentou.
Para o ator, crer ou não crer em fenômenos paranormais não afetou sua atuação: "Ed Warren acreditava e, portanto, isso é o suficiente. O primeiro dever de um ator não é julgar a personagem que interpreta, mas a veracidade da situação, sem se importar se o cara é bom ou ruim, vilão, serial killer ou comediante", explicou. Wilson destacou que o caso dos Perron "é só a ponta do iceberg". Os Warren "investigaram milhares de casos e este é só um dos mais memoráveis", continuou.
A New Line (Warner), que produziu o filme, também vê uma potencial mina de ouro nas pesquisas dos Warren. Seu presidente, Toby Emmerich, disse à revista Variety que o estúdio já começou a trabalhar para levar às telas outro caso. "Já temos a permissão e o apoio de Lorraine e trabalhamos no desenvolvimento de outro filme", afirmou.