Paris - Longe das flores de cores vivas e saias que marcaram boa parte dos desfiles da Semana de Moda masculina de Paris, o brasileiro Gustavo Lins seduziu o público neste sábado (29/6) com uma coleção elegante, de linhas fluidas, desenhada para "homens de verdade, não para modelos". "Queria uma coleção para a gente das ruas", explicou o estilista após o desfile, apresentado nas escadas do charmoso Palais Brongniart, na central Praça da Bolsa.
A aplaudida passarela foi tomada por 20 modelos amadores, de várias raças, continentes, tamanhos e idades. "Queria não apenas que a coleção fosse para gente de verdade, mas também que fosse apresentada por homens de verdade, não por modelos", disse o brasileiro, cujas linhas refinadas, tanto em suas coleções masculinas quanto nas femininas, seduzem cada vez mais compradores do mundo inteiro, principalmente asiáticos.
Para escolher os modelos, Lins organizou com sua equipe um "casting selvagem", em que foram entrevistados 150 homens com idade entre 20 e 50 anos.
Foram selecionados 21, alguns com corpos esplêndidos; outros, menores e de corpo volumoso, diferentes dos modelos muito magros, muito jovens e muito altos vistos na maioria dos desfiles masculinos, que começaram na última quarta-feira e vão até amanhã. "O que buscamos é que eles fossem sensíveis à moda, que gostassem das roupas, e que as mesmas lhes caíssem bem", contou Lins, cuja formação de arquiteto se reflete na estrutura perfeita de suas calças, jaquetas, casacos e acessórios.
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Consciente da crise econômica mundial, o estilista brasileiro usou materiais reciclados, como pedaços de couro recolhidos em seu ateliê, como os quais criou peças de linhas fluidas, fáceis de usar.
A coleção, em que os detalhes, como os bolsos das calças, não eram aparentes, foi impregnada por seu amor pelo Japão. "Em alguma vida passada, acho que fui japonês", brincou Lins, único latino membro titular do exclusivo grupo da alta-costura.
O brasileiro vestiu os homens com calças de materiais suaves, como popeline de seda, linho e lãs frias. Aqueceu-os com jaquetas, paletós e abrigos de chuva.
A gama de cores foi a que caracteriza o estilista: preto, cinza, branco e um azul-tinta original, que ele pensa em "desenvolver industrialmente".
Também usou cores que remetem ao Brasil, como o verde-limão, que apareceu em coleções femininas suas anteriores e que disse lembrar os odores de sua infância, e o rosa-goiaba.
O estilista apresentará na próxima terça-feira, na embaixada do Brasil em Paris, sua coleção de alta-costura, em que todas as peças são únicas e produzidas manualmente.
O sábado também foi dominado pelo desfile da Dior, que propôs uma coleção elegante, dominada pelo bordô, preto e azul, exibidos em calças curtas e longas, camisas e camisetas, jaquetas e capas de chuva.
O estilista belga Kriss van Assche, que dirige as coleções masculinas da marca, misturou informal e formal, e apresentou uma linha limpa para o dia e a noite, em que motivos geométricos, jaquetas e bermudas se destacaram.
A marca italiana Smalto também apresentou sua coleção para o próximo verão, que tinha um perfume de "O Grande Gatsby" e da popular série de TV "Mad Men", com calças de algodão e linho em tons claros.
O dia começou com o desfile da marca Kenzo - cujos diretores artísticos são, desde 2011, o americano de origem peruana Humberto Leon e a também americana Carol Lim -, que apresentou uma coleção de ar esportivo, inspirada na ensolarada Califórnia. "Buscamos inspiração nas subculturas que florescem nas cidades banhadas pelo Pacífico", disseram os criadores após o desfile, que aconteceu em um circo, nos arredores de Paris.
As calças dominaram a passarela da Kenzo, muitas delas curtas ou acima do tornozelo, usadas com jaquetas, e as camisas e camisetas em linho, algodão e neoprene, material usados nas roupas de proteção dos surfistas.
A coleção, dinâmica, acessível e moderna, exibiu peças com estampa de onda. Em outras, parecia que havia sido jogada tinta azul, o que evocava o movimento do mar.
Também foram lidas mensagens escritas em branco, sobre fundo preto, que proclamavam "There is hope" ("Existe esperança").
A Semana de Moda masculina termina neste domingo, com a coleção de Hedi Slimane para a Yves Saint Laurent.
A aplaudida passarela foi tomada por 20 modelos amadores, de várias raças, continentes, tamanhos e idades. "Queria não apenas que a coleção fosse para gente de verdade, mas também que fosse apresentada por homens de verdade, não por modelos", disse o brasileiro, cujas linhas refinadas, tanto em suas coleções masculinas quanto nas femininas, seduzem cada vez mais compradores do mundo inteiro, principalmente asiáticos.
Para escolher os modelos, Lins organizou com sua equipe um "casting selvagem", em que foram entrevistados 150 homens com idade entre 20 e 50 anos.
Foram selecionados 21, alguns com corpos esplêndidos; outros, menores e de corpo volumoso, diferentes dos modelos muito magros, muito jovens e muito altos vistos na maioria dos desfiles masculinos, que começaram na última quarta-feira e vão até amanhã. "O que buscamos é que eles fossem sensíveis à moda, que gostassem das roupas, e que as mesmas lhes caíssem bem", contou Lins, cuja formação de arquiteto se reflete na estrutura perfeita de suas calças, jaquetas, casacos e acessórios.
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Consciente da crise econômica mundial, o estilista brasileiro usou materiais reciclados, como pedaços de couro recolhidos em seu ateliê, como os quais criou peças de linhas fluidas, fáceis de usar.
A coleção, em que os detalhes, como os bolsos das calças, não eram aparentes, foi impregnada por seu amor pelo Japão. "Em alguma vida passada, acho que fui japonês", brincou Lins, único latino membro titular do exclusivo grupo da alta-costura.
O brasileiro vestiu os homens com calças de materiais suaves, como popeline de seda, linho e lãs frias. Aqueceu-os com jaquetas, paletós e abrigos de chuva.
A gama de cores foi a que caracteriza o estilista: preto, cinza, branco e um azul-tinta original, que ele pensa em "desenvolver industrialmente".
Também usou cores que remetem ao Brasil, como o verde-limão, que apareceu em coleções femininas suas anteriores e que disse lembrar os odores de sua infância, e o rosa-goiaba.
O estilista apresentará na próxima terça-feira, na embaixada do Brasil em Paris, sua coleção de alta-costura, em que todas as peças são únicas e produzidas manualmente.
O sábado também foi dominado pelo desfile da Dior, que propôs uma coleção elegante, dominada pelo bordô, preto e azul, exibidos em calças curtas e longas, camisas e camisetas, jaquetas e capas de chuva.
O estilista belga Kriss van Assche, que dirige as coleções masculinas da marca, misturou informal e formal, e apresentou uma linha limpa para o dia e a noite, em que motivos geométricos, jaquetas e bermudas se destacaram.
A marca italiana Smalto também apresentou sua coleção para o próximo verão, que tinha um perfume de "O Grande Gatsby" e da popular série de TV "Mad Men", com calças de algodão e linho em tons claros.
O dia começou com o desfile da marca Kenzo - cujos diretores artísticos são, desde 2011, o americano de origem peruana Humberto Leon e a também americana Carol Lim -, que apresentou uma coleção de ar esportivo, inspirada na ensolarada Califórnia. "Buscamos inspiração nas subculturas que florescem nas cidades banhadas pelo Pacífico", disseram os criadores após o desfile, que aconteceu em um circo, nos arredores de Paris.
As calças dominaram a passarela da Kenzo, muitas delas curtas ou acima do tornozelo, usadas com jaquetas, e as camisas e camisetas em linho, algodão e neoprene, material usados nas roupas de proteção dos surfistas.
A coleção, dinâmica, acessível e moderna, exibiu peças com estampa de onda. Em outras, parecia que havia sido jogada tinta azul, o que evocava o movimento do mar.
Também foram lidas mensagens escritas em branco, sobre fundo preto, que proclamavam "There is hope" ("Existe esperança").
A Semana de Moda masculina termina neste domingo, com a coleção de Hedi Slimane para a Yves Saint Laurent.