Nahima Maciel
postado em 26/06/2013 08:28
Inaugurada há sete anos e até hoje sem um acervo disponível ao público, a Biblioteca Nacional começa a ganhar ares de biblioteca no sentido mais tradicional do termo, a partir de quinta-feira (27/6), quando um lote de 800 livros dos 7,8 mil adquiridos desde março estiver disponível para o público, além de outros 14,2 mil recebidos de doações. ;Vai funcionar como qualquer biblioteca;, explica Ivana Sant;ana, subsecretária de políticas do livro e da leitura da Secretaria de Cultura. As publicações estarão disponíveis no segundo andar do prédio, e os usuários precisarão preencher um cadastro para ter direito aos empréstimos. Cada usuário poderá retirar dois títulos por vez e os volumes poderão ficar nas mãos dos leitores, no máximo, por 10 dias.
Hoje, cerca de 400 pessoas passam, diariamente, pela Biblioteca Nacional. Com a inauguração do acervo, esse número deve aumentar, mas ainda não há uma expectativa. ;Com certeza, a dinâmica da Biblioteca vai mudar, porque o público será maior;, diz Ivana. O acervo foi adquirido graças a um repasse de R$ 500 mil de emendas parlamentares. No total, são 2,8 mil títulos distribuídos em diversas áreas. Literatura, saúde, história, direito, economia e administração foram contemplados, além de livros direcionados para concursos públicos, para atender boa parte do público que hoje frequenta o local. Lançamentos do mercado editorial também entraram na lista, uma tentativa de iniciar uma coleção atualizada.
Confira alguns dos títulos disponíveis
Farenheit 451, de Ray Bradbury
Publicado em 1953, o romance é uma ficção-científica futurista sobre um mundo no qual os livros são proibidos, assim como as opiniões individuais. A história começou em forma de conto publicado em uma revista para depois tomar a dimensão de romance. O 451 do título é a temperatura necessária para incendiar o papel.
Jubiabá, de Jorge Amado
O livro é considerado a entrada de Jorge Amado no universo do romance social e é fruto dos primeiros contatos do autor baiano com o comunismo. Baldo, menino pobre, do morro, representa um Brasil marcado pelo conflito racial e pela pobreza, mas também pela diversidade cultural e pelo sincretismo religioso.
Laços de família, de Clarice Lispector
Um dos livros de contos mais conhecidos de Clarice Lispector, Laços de família traz 13 narrativas nas quais a autora se debruça sobre as relações familiares da classe média carioca.
A menina que roubava livros, de Markus Zusak
A história se passa na Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra. Quem narra a trajetória da menina Lieslel é a Morte, que se afeiçoa pela garota de maneira inexplicável. A pequena Lieslel não é judia, mas tem um grande amigo judeu, que acaba levado pela narradora.
A paixão segundo GH, de Clarice Lispector
Toda a reflexão de GH, cujo nome nunca é identificado no romance, gira em torno da morte de uma barata. Depois de demitir a empregada e mergulhar na limpeza de um quarto, a protagonista entra em profunda depressão e narra, em primeira pessoa, a dor de não reconhecer a si mesma.
A viagem do elefante, de José Saramago
O último romance de José Saramago acompanha a história de um elefante que atravessa a Europa com destino a Viena. O animal é um presente de Dom João III ao arquiduque austríaco Maximiliano II, um capricho que impõe ao paquiderme uma bizarra viagem. Saramago se inspirou em história real para escrever o romance.