O filme, de 16 minutos, propõe uma versão para a canção homônima da Legião Urbana ; lançada em 1989 no álbum As quatro estações ; logo alçada ao status de um dos hinos da banda, ao lado de Tempo perdido, Eduardo e Mônica e da própria Faroeste caboclo. A iniciativa partiu, inicialmente, de uma vontade de Thales em exercer a direção pela primeira vez: ;Estava envolvido com outros trabalhos, mas tinha vontade de cuidar de uma criação minha;. A ideia abstrata ganhou formas quando escutou a canção de Renato em um bar, em Campo Belo, cidade natal. ;O filme nasceu ali. Comecei a pensar nas cenas naquele momento;, disse.
Tabus são quebrados
Como ocorre com Faroeste caboclo, a trama do curta de Thales Corrêa pode ser presumida a partir da letra da canção da Legião Urbana. A atriz Ludmila Dayer, que se tornou conhecida ao interpretar uma namorada de Giovanni Improtta, personagem de José Wilker em Senhora do destino (2004), aceitou o convite do diretor e interpreta a mãe incapaz de se relacionar com a filha, vivida pela jovem americana Coco Joelle Williams, que não teve que aprender português já que Thales optou pela filmagem em inglês. O ator Haldane Morris completa o trio principal.
A licença poética ficou por conta dos motivos que levam a garota a se jogar da janela do quinto andar. A narrativa passeia, então, por alguns temas que perturbam a maioria dos adolescentes, de qualquer lugar, como a separação dos pais e o bullying sofrido na escola. ;O filme será usado em campanhas nos Estados Unidos que combatem o suicídio infantil. Uma grande vitória para a equipe;, comemorou Thales, que enfrentou algumas barreiras culturais para filmar. No fim, prevaleceu o instinto: ;Algumas cenas esbarram em certos tabus, mas fico feliz que acabaram bem recebidas e o curta possa ajudar a esclarecer sobre um tema tão delicado;.
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