Co-escrito com o cineasta americano James Gray, em competição em Cannes com "The Immigrant", este quarto filme de Guillaume Canet, roteirista de "O meu ídolo", "Não conte a ninguém" e "Até a eternidade", é uma homenagem ao cinema americano dos anos 70, de William Friedkin, de "Conexão França", e a Martin Scorsese de "Caminhos perigosos".
Guillaume Canet ressalta este aspecto por si mesmo: "tinha o desejo de produzir um filme que me fizesse sonhar, assim como o cinema dos anos 70 americano, seja Cassavetes, os primeiros filmes de Scorsese, Sidney Lumet, Sam Peckinpah e Jerry Schatzberg, que é uma grande inspiração para mim".
Dificuldades durante as filmagens
Mas o sonho americano se revelou menos idílico que o previsto. Guillaume Canet conta que precisou enfrentar muitas dificuldades durante as filmagens, desde o abandono de Mark Wahlberg, que deveria fazer um dos dois papéis principais, até problemas de preparação e produção. "Eu vivi momentos realmente surreais, que nunca precisei enfrentar, mesmo em meu primeiro filme. Tudo era motivo de problema", declarou, revelando que chegou "a pensar em abandonar tudo".
Aguardado com grande curiosidade no Festival de Cannes, onde será exibido fora da competição, o filme de 2h24 não evita algumas armadilhas. Muitas vezes falta ritmo, e às vezes exagera no flerte com a sua referência cinematográfica, querendo homenageá-la, sem realmente renovar o gênero.
Enquanto alguns críticos franceses elogiaram o desempenho, "Blood Ties" tem sido recebido, no geral, com pouco entusiasmo. O jornal L;Express acredita que "Canet soube elevar seu nível de preparo", enquanto o Le Figaro saudou "um sucesso".
Mas para o jornal gratuito Metro, "Blood Ties é uma chatice sem fim", enquanto para a revista especializada Variety, o filme é "uma saga estéril". "Drama muito longo e lento", segundo o The Hollywood Reporter.