No enredo de Pacto sinistro, o mestre do suspense examina os riscos de se dar trela para um completo desconhecido. O endinheirado e esportista Guy Haines (Farley Granger) segue para Metcalf (Texas), num vagão de trem em que será abordado por Bruno (Robert Walker), a princípio, um admirador do tenista. Com uma conversa envolvente e farta simpatia, Bruno nem parece o amalucado que, num papo com a mãe (a não menos louca personagem de Marion Lorne), compartilha a intenção de explodir a Casa Branca.
Um cerco se fecha em torno de Guy: aos poucos, ele descobre que Bruno nada mais é do que um ;doente lunático;. Sem muito psicologismo, o diretor coloca o bem contra o mal, manipulando porém o espectador, com a simpatia impressa em Bruno. Na linha do anterior Festim diabólico (1948), muito da história versa sobre a capacidade de persuasão e do desejo de errônea condenação. Guy é o rato do gato Bruno. Vale ressaltar que, ainda no trem, Bruno divaga sobre uma fórmula mágica de fuga de investigações, quando o assunto é a morte daqueles que (cada um por seu motivo) não toleram: no caso de Bruno, trata-se do pai rico, e, no de Guy, a ex-mulher que lhe nega o divórcio. A saída simples seria a de que ;cada um cometesse o crime do outro;.