Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Charles Bradley ganha reconhecimento como uma das principais vozes do soul

Bradley é mais discípulo que imitador. Leva para as canções tanto a presença de palco quanto a contundência rítmica de vários vocais famosos

Aos 65 anos, e apenas no segundo trabalho de estúdio, Charles Bradley diz ser uma vítima do amor na música que dá título ao disco. E, ao longo das outras 10 canções, ele parece ecoar na mesma voz gênios distintos da soul music (Otis Redding, Wilson Pickett e James Brown). Bradley foi, na verdade, uma vítima do tempo. No passado, nunca vingou, e passou boa parte da vida em empregos pouco criativos ou escondido atrás de covers de James Brown. Mas Victim of love, disponível no iTunes e com clipe no YouTube, é mais um testemunho de alguém que não poderia estar mais feliz consigo mesmo do que uma carta encharcada de lamúrias, agruras e perdas.

Bradley, nascido na Flórida, trabalhou como cozinheiro e pingou em várias ocupações. Rodou o país pegando carona, do frio do Alasca ao calor da Califórnia, onde fez shows pequenos por anos a fio sem conseguir contrato com gravadoras. No bairro do Brooklyn, em Nova York, fazia imitações de James Brown sob o nome de Black Velvet. Até que um dia foi descoberto por Gabe Roth, do Daptone, selo especializado em revival de soul criado pelo produtor e músico Thomas Brenneck. Bradley encontrou então uma banda, liberdade para compor e a possibilidade de iniciar uma carreira reprimida durante décadas. Saiu da sombra de James Brown e gravou No time for dreaming, em 2011.

Leia mais notícias em Diversão & Arte

Veja clipe de Strictly Reserved for Youde Charles Bradley

[VIDEO1]

Assista ao trailer do filme Soul of America

[VIDEO2]