Entre cliques do fotógrafo Alair Gomes e descrições explícitas ("duas lanças uma apontando para a outra"), componente fálico não passa despercebido no filme. Um equívoco porém apostar que a luxúria se impregne na trama. Há dorsos esculturais e músculos pulsantes, por traz de estrofes fílmicas. Mas a redução e o estigma seriam caminhos empobrecedores. É preciso estar atento (diante de detalhes quase imperceptíveis, bem ao gosto do autor pelos "vestígios do impossível") e fraco (acompanhando o espanto de Caio frente ao corpo humano "frágil e perecível"). Para os não entendidos resta o magistral consolo da prece de Caio F: "Sorri, Deus, e abençoa a nossa amorosa miséria atarantada".
Quer saber mais sobre o festival? Clique