Levar crianças ao palco para dançar um balé é um desafio tão grande quanto querer que um pequeno de 3 anos fique quieto sentado numa cadeira por mais de cinco minutos. Eles são dispersos e irrequietos; por isso mesmo, excelentes alvos para os desafios de Regina Maura e Lucia Toller. As bailarinas e donas de escolas de dança da cidade já tornaram tradicional a temporada de apresentações de espetáculos dos alunos no fim do ano no palco mais nobre da cidade. De hoje a domingo, centenas de alunos ocupam o tablado da Sala Villa-Lobos, no Teatro Nacional, para mostrar o quão levam a sério o aprendizado da dança.
Hoje, o palco é de Antonio Vivaldi e a versão das coreógrafas Regina Maura e Mônica Berardinelli para As quatro estações. Um grupo de 15 bailarinos profissionais divide a cena com 75 alunos da Escola de Dança Regina Maura para encenar os passos criados por Mônica e pela própria Regina. Transformar As quatro estações em balé, segundo a professora, é tarefa de grande dificuldade técnica. %u201CHá dois ou três anos, venho com essa ideia porque Vivaldi não é um autor muito coreografado para balé%u201D, explica Regina. %u201CÉ uma música muito diferente porque não tem compassos iguais. Eles são dissonantes e se alternam. E isso, para coreografar, é muito difícil.%u201D