Os nomes foram alterados, mas todo o resto estava lá: as festas, os encontros, a frivolidade. Os detalhes sórdidos não poupados revelaram protagonistas, pertencentes à mais abastada fatia de moradores de Nova York, alienados e dependentes do próprio ego, participantes de orgias movidas a vaidade e soberba. Decadentes na moralidade e no estilo de vida. Antes de qualquer crítica sobre o mérito literário do texto, Capote estava abandonado. Viraram-lhe as costas. Acabou escrevendo o próprio prenúncio da morte.
Capote (2005)
O filme do diretor Benett Miller consta como referência para aqueles que anseiam melhores informações sobre o polêmico autor americano. A fita foca no período no qual Capote dedicou à escrita de A sangue frio e revelam os bastidores dos incontáveis encontros entre ele e os personagens envolvidos com os assassinatos, sobre os quais a obra versa. Desvenda ainda a doentia obsessão por Perry Smith, um dos assassinos, cuja jornada se assemelhava a sua própria, além de dar voz a Jack Dunphy, companheiro de Capote por mais de 20 anos. O filme rendeu ao ator Philip Seymour Hoffman os principais prêmios do ano, como o Oscar e o Bafta, graças à personificação impecável do escritor.
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