Numa época em que o casamento interétnico com índios era proibido, a união entre a índia Diacuí e o sertanista Ayres da Cunha tornou-se a novela da vida real da década de 50. A população indígena, no período, era considerada dependente do estado e, por isso, impedida de se casar com pessoas de fora das aldeias. O enredo, que teve final trágico com a morte de Diacuí durante o parto, foi acompanhado vigorosamente durante um ano pela revista O Cruzeiro.
;Os Diários Associados patrocinaram o casamento. E a revista vai acompanhar os preparativos, ela [Diacuí] sendo preparada no salão de beleza, o casamento, a lua de mel, o retorno para a aldeia;, disse a curadora da exposição. As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), Helouise Costa. A mostra, que começa nesta sexta-feira (23) na capital paulista, vai reunir mais de 200 imagens da história de uma de publicação que foi precursora do fotojornalismo no país.
Durante a fase de maior difusão social da publicação, entre 1940 e 1950, o colecionismo era estimulado a partir das série de reportagens, contos e novelas lançados. Um dos assuntos abordados foi a questão do índio, por significar um empecilho para a expansão territorial do interior do Brasil. ;A temática indígena estava muito em voga no período e a revista percebe o assunto como atrativo para o público, porque, até então, eram só os antropólogos e etnólogos que tinham acesso às imagens de índios;, explica a curadora.
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;Os Diários Associados patrocinaram o casamento. E a revista vai acompanhar os preparativos, ela [Diacuí] sendo preparada no salão de beleza, o casamento, a lua de mel, o retorno para a aldeia;, disse a curadora da exposição. As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), Helouise Costa. A mostra, que começa nesta sexta-feira (23) na capital paulista, vai reunir mais de 200 imagens da história de uma de publicação que foi precursora do fotojornalismo no país.
Durante a fase de maior difusão social da publicação, entre 1940 e 1950, o colecionismo era estimulado a partir das série de reportagens, contos e novelas lançados. Um dos assuntos abordados foi a questão do índio, por significar um empecilho para a expansão territorial do interior do Brasil. ;A temática indígena estava muito em voga no período e a revista percebe o assunto como atrativo para o público, porque, até então, eram só os antropólogos e etnólogos que tinham acesso às imagens de índios;, explica a curadora.
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Assim, nomes de fotógrafos como Henri Ballot e José Medeiros começaram a se destacar. ;Eles [fotógrafos] vão para as aldeias e fazem fotos absolutamente espetaculares;, conta Helouise.
Junto com a inauguração do Museu de Arte de São Paulo (Masp), outro fotógrafo de O Cruzeiro, Peter Scheier, que fazia a cobertura das exposições no museu, teve importante papel na composição de um acervo sobre o local. ;Através dessa documentação dá para a gente entender um pouco melhor as atividades desses museus modernos no Brasil;, disse.
Além do estudo aprofundado sobre os profissionais da fotografia já muito explorados, a mostra buscou trazer abordagens inéditas, como no caso de Luciano Carneiro. Ele trabalhou na revista como correspondente estrangeiro, mas morreu em um acidente de avião aos 33 anos. ;Ele teve um papel muito importante, embora ainda hoje desconhecido: ele foi correspondente na Guerra da Coréia;, disse.
A exposição será de 23 de novembro a 31 de março de 2013, no Instituo Moreira Salles, Rua Piauí, número 844, São Paulo. O horário de visitação é de 13h às 19h, de terça a sexta, e 13h às 18h aos sábados, domingos e feriados. A mostra tem entrada gratuita e classificação etária livre.