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Nova Zelândia aposta em 'O Hobbit' para reaquecer o turismo

WELLINGTON - Depois do filme O Senhor dos Anéis, a Nova Zelândia agora aposta em O Hobbit, a nova trilogia de Peter Jacskon filmada nas paisagens encantadoras desse país, para impulsionar o turismo, prejudicado por causa da crise e do terremoto de 2011.

O diretor adaptou outro romance de John Ronald Reuel Tolkien, O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez (The Hobbit. There and Back Again). A primeira parte, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, estreia nos cinemas brasileiros em 14 de dezembro.

Na esperança de que este novo filme, totalmente rodado na Nova Zelândia, seja tão bem sucedido como O Senhor dos Anéis, onde as magníficas paisagens do país brilharam nas telas, os profissionais de turismo lançaram uma campanha com grandes verbas com base no universo da Terra Média, o mundo ficcional inventado por Tolkien e presente em ambas as sagas.

O diretor de Turismo da Nova Zelândia, Kevin Bowler, acredita que, graças ao esplendor do "país de longa nuvem branca" - o nome maori do arquipélago neozelandês - vai trazer uma exposição global, que pode logicamente se traduzir no aumento do número de visitantes. "Queremos mostrar aos turistas potenciais que a magia da Terra Média é de fato uma realidade na Nova Zelândia", disse.

Desde o lançamento do último capítulo de O Senhor dos Anéis, há nove anos, o turismo na Nova Zelândia está em queda. Entre 2000 e 2006, o número de visitantes saltou de 1,5 milhão para 2,4 milhões, mas ao longo dos últimos quatro anos, nunca atingiu o pico de 2,5 milhões.

Uma pesquisa recente da Associação da Indústria de Turismo revelou que a Nova Zelândia é cada vez menos procurada. "Isto é em parte devido ao aumento da concorrência de outros destinos e também por causa da situação econômica ruim dos países de onde vem os turistas", indica a pesquisa.

O terremoto que atingiu Christchurch (ilha do sul) em 2011, causando 185 mortes, e o dólar neozelandês muito elevado também não ajudou. David Gatward-Ferguson, operador de turismo, conta que, quando estreiou o primeiro filme "O Senhor dos Anéis", em 2001, os profissionais foram surpreendidos com o número de turistas que procuravam visitar os locais das filmagens.

"No início, estávamos sobrecarregados e tínhamos que marcar as viagens com um ou dois anos de antecedência para lidar com a demanda", disse, lembrando que na época o dólar estava em seu nível mais baixo há 25 anos e a economia global prosperava.

Então, reorganizou seu circuito de eco-aventura em torno do tema da Terra Média, com trajes de Tolkien e comentários na língua dos elfos. Para a estreia mundial de O Hobbit: Uma Viagem Inesperada em 28 de novembro, a Nova Zelândia Turismo investiu 900 mil euros e mudou seu slogan de costume "Nova Zelândia 100% autêntica" para "100% Terra Média".

O governo de Wellington também está convencido de que o turismo irá aumentar. Em 2010, quando uma disputa trabalhista quase levou a uma deslocalização das filmagens, o Parlamento alterou o código de trabalho para garantir o filme. A companhia aérea nacional, Air New Zealand, foi uma das primeiras empresas a aderir à campanha.

Em um vídeo produzido pelos estúdios Peter Jackson e exibidos antes de cada decolagem, Bilbo e seus companheiros substituem de maneira bem-humorada os comissários de bordo e transmitem as regras básicas de segurança. No entanto, cético quanto ao método, David Gatward-Ferguson ainda quintuplicou sua frota de ônibus de viagem, nos quais figuram os heróis de Tolkien, "Bilbo", "Smaug" e "Thorin".