Na época, Capote acreditou que seria esse seu maior trunfo literário. Depois do impacto gerado por A sangue frio (1965), a obra fundamental, o autor buscava um novo marco, ainda maior que o registro anterior. Preces atendidas apareceu como uma ingrata porrada na alta sociedade americana. Capote, frequentador assíduo dos opulentos eventos novaiorquinos e amigo íntimo de personalidades públicas como Jackeline Onassis e Marilyn Monroe, dilacerou a classe socialite da cidade, por meio de analogias e metáforas facilmente deduzíeis.
Os nomes foram alterados, mas todo o resto estava lá: as festas, os encontros, a frivolidade. Os detalhes sórdidos não poupados revelaram protagonistas, pertencentes à mais abastada fatia de moradores de Nova York, alienados e dependentes do próprio ego, participantes de orgias movidas a vaidade e soberba. Decadentes na moralidade e no estilo de vida. Antes de qualquer crítica sobre o mérito literário do texto, Capote estava abandonado. Viraram-lhe as costas. Acabou escrevendo o próprio prenúncio da morte.
Veja (e leia) as páginas originais encontradas: