Nahima Maciel
postado em 20/10/2012 12:32
A 54; edição do Prêmio Jabuti colocou Brasília na lista de vencedores em uma categoria inteira. Os escritores Stella Maris Rezende e Marcos Bagno ganharam os prêmios na categoria de literatura juvenil. Stella ficou em primeiro e segundo lugar com, respectivamente, A mocinha do Mercado Central e A guardiã dos segredos de família, e Bagno levou o terceiro lugar com As memórias de Eugênia. Uma coroação esperada para uma cidade conhecida por produzir quantidade significativa de obras de literatura infantojuvenil.
Nascida em Dores de Indaiá e criada em Belo Horizonte até os 12 anos, Stella chegou a Brasília com os seis irmãos porque o pai encarava a cidade como capital da esperança. O curso de letras na Universidade de Brasília (UnB) levou e escritora para o mundo das palavras. O primeiro livro foi lançado na Livraria Presença. Dentro das lamparinas, uma coletânea de contos para adultos, trazia uma boa quantidade de personagens jovens e alguém reparou que eles protagonizavam as histórias mais interessantes do volume. Stella teve então a ideia de escrever para o público jovem, mas foi pouco convencional na opção: fez primeiro um livro de poesias.
Um segredo é a chave de As memórias de Eugênia, de Marcos Bagno, o terceiro lugar do Jabuti na categoria Juvenil. A saga familiar narrada a partir da perspectiva feminina por meio das vozes de várias gerações de mulheres de uma mesma família tem início com o ato de plantar uma árvore. ;É um livro sobre memórias, sensibilidade das mulheres e um pouco sobre ecologia porque fala das árvores e de uma cidade pequena que vai se transformando em cidade grande;, explica Bagno, professor do Departamento de Língua Estrangeira e Tradução na Universidade de Brasília (UnB). Para o autor, a linha que separa a literatura juvenil da adulta pode ser muito tênue. As memórias de Eugênia concorreu ao Prêmio São Paulo de Literatura como romance adulto. ;Não penso no público quando estou escrevendo. Não tem muito essa distinção entre o que é romance e o que é juvenil;, avisa o autor, que também publicou 18 livros técnicos e didáticos sobre a necessidade de incorporar o português falado ao ensino da língua.