Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Filme O Palhaço é o grande vencedor do GP do Cinema Brasileiro



Deborah Secco conquistou o prêmio de melhor atriz por sua atuação em Bruna Surfistinha, filme de Marcus Baldini que também deu a Drica Moraes o Troféu Grande Otelo de melhor atriz coadjuvante. Lixo Extraordinário, de João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker, foi escolhido pela academia como melhor longa-metragem documentário, categoria em que o público também pôde se manifestar. O preferido pelo voto popular, no entanto, foi Quebrando o Tabu, de Fernando Grostein Andrade.

O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro também premia o melhor longa-metragem estrangeiro, tanto com os votos dos membros da academia como pela votação popular. Na primeira, o vencedor foi Meia-Noite em Paris, de Woody Allen. Já o público preferiu o longa de animação Rio, produção norte-americana dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha.

O grande homenageado da festa este ano foi o cineasta Carlos Diegues, que aos 70 anos de vida está completando 50 de uma carreira iniciada em 1962 com o filme Cinco Vezes Favela. O anúncio dos prêmios foi entremeado com a exibição de cenas dos mais importantes longas-metragens do diretor, textos de autoria dele sobre os filmes e o cinema e atores caracterizados como Xica da Silva, Tieta do Agreste e o Lorde Cigano de Bye Bye Brasil (1979).

Quase no final da noite, Cacá Diegues foi chamado ao palco para receber o prêmio das mãos de José Wilker, Betty Faria e Zaira Zambelli, atores que encabeçaram o elenco de Bye Bye Brasil. Emocionado, o cineasta disse que recebia o prêmio como ;um estímulo para continuar fazendo filmes;.

Em entrevista antes da cerimônia, Diegues disse que espera iniciar em 2013 as filmagens de O Grande Circo Místico, baseado no poema de Jorge de Lima que foi musicado por Chico Buarque e Edu Lobo. ;Não será um musical, mas um filme cheio de músicas;, adiantou. Para ele, o cinema brasileiro vive hoje uma fase muito positiva, com a produção de mais de 100 filmes por ano. ;Nunca vi uma fase tão rica, tão plural, com sucesso de público e de crítica, mas precisamos preservar essa multiplicidade, que faz a grandeza do cinema brasileiro.;