Contudo, segundo a Academia Sueca, The Garlic Ballads (As baladas do alho, em tradução livre) e uma sátira intitulada The Republic of Wine (A República do vinho, em tradução livre) "são considerados subversivos em razão da crítica à sociedade chinesa contemporânea". Sua obra está impregnada de um realismo que beira a violência, e que retrata todas as mudanças bruscas atravessadas pela China, do período anterior ao comunismo até a invasão japonesa durante, a Revolução Cultural e outras fases conturbadas.
Em Big Breasts and Wide Hips (Seios grandes e quadris largos, em tradução livre), ele assinou um vasto painel da história chinesa no século XX, com uma história trágica sob visões eróticas e personagens mais ou menos equilibrados de um vilarejo, incluindo um menino filho de uma camponesa chinesa e um pastor sueco. "Ele criou um universo que, por sua complexidade, evoca os de William Faulkner e Gabriel Garcia Marquez, ao mesmo tempo que tem seu ponto de partida na antiga literatura chinesa e na tradição oral", destacou o júri.
"Foi uma das melhores escolhas que a Academia Sueca fez, porque ele é brilhante", afirmou ao canal sueco o especialista em China da Academia, G;ran Malmqvist. "A concessão do Nobel a Mo Yan é um acontecimento feliz para a literatura chinesa", comentou He Jianming, vice-presidente da Associação de Escritores Chineses, uma entidade oficial. O Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista no poder, transmitiu suas felicitações a Mo Yan, segundo seu site. Nenhuma obra de Mo Yan foi traduzida ou editada no Brasil até o momento.
A Fundação Nobel diminuiu neste ano o prêmio em 20%, a 8 milhões de coroas (cerca de US$ 1,2 milhão) contra os 10 milhões desde 2001. Ele receberá o prêmio durante a cerimônia oficial em Estocolmo no dia 10 de dezembro, data da morte do fundador do Prêmio, o sueco Alfred Nobel.