Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Exposição traz pela primeira vez ao Brasil obras de arte sacra do Vaticano

São Paulo ; Transporta-se para o universo da arte cristã, percorrendo quase dois mil anos de história. Esta é a proposta da exposição Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte que estreia neste fim de semana na capital paulista. A Oca do Parque do Ibirapuera recebe, até o dia 23 de dezembro, mais de 200 peças de arte sacra e objetos históricos, muitos dos quais nunca deixaram o Vaticano. Para a curadoria, mais do que contar a história da fé católica, a mostra evidencia as influências da obra cristã na arte ocidental.

O monsenhor Roberto Zagnoli, curador da exposição, ressalta que a exposição permite um diálogo entre povos e culturas. ;A arte é o melhor instrumento para essa troca. Não é só uma exposição de arte cristã, mas, sim, uma exposição que tenta trazer de novo a mensagem cristã, que é de comunhão;, declarou. Ele destaca que muitos dos objetos trazidos pelo projeto nunca sequer foram expostos na Europa. ;Mesmo quem visita o Museu do Vaticano, não acessa todas as peças que trouxemos para cá;.

O padre Juarez de Castro, representante da Arquidiocese de São Paulo, visitou a mostra e destacou a oportunidade que os brasileiros terão de conhecer obras inéditas do Vaticano. ;O que existe de arte ocidental passa pela igreja, mas essa arte ultrapassa uma confissão religiosa. Ao entrar em contato com essa exposição, entramos em contato não só com a história da igreja, mas com história da humanidade;, disse.



A exposição é composta por 11 galerias. A primeira delas destaca a origem das expressões da arte cristã, que estavam ligadas aos atos de devoção a São Pedro, como por exemplo as velas votivas. Nessa área, o visitante pode ver também uma representação de como o túmulo do santo foi encontrado em 160 depois de Cristo (d.C.), inclusive com um fragmento arquitetônico da parede da sepultura, encontrado em 1941.

Na sala seguinte, explora-se o tema da Idade Média e o período bizantino, quando Roma cresceu como cidade cristã. Um dos destaques da galeria, é um relicário em ouro e prata com ossos que, durante séculos, acreditou-se serem de São Pedro, São Paulo, São José, Sant;Ana, dentre outros santos. A terceira galeria é dedicada ao início Renascimento. Nessa área, destaca-se a obra Deposição no Sepulcro, de Giorgio Vasari.

O pintor Michelangelo, um dos autores das pinturas na Capela Sistina, ganhou uma galeria própria na exposição, na qual está exposta uma reprodução da obra Pietá. Uma das áreas que abordam a trajetória do pintor trazem a reprodução de andaimes utilizados para a pintura da capela, inclusive com reprodução de trechos da obra.

As demais salas da exposição mostram ainda objetos ritualísticos do catolicismo e o papel dos missionários da igreja. Objetos que retratam a trajetória do papado também têm destaque na mostra. O papa João Paulo II ganhou uma sala própria, ela traz um molde em bronze da mão do papa, que poderá ser tocada pelos visitantes.