Agência France-Presse
postado em 11/09/2012 11:17
Los Angeles - Os estúdios Disney resolveram se aventurar em uma terreno sensível com "A estranha vida de Timothy Green", um filme que retrata a chegada algo mágica ao lar de um casal estéril de um menino que parece em todos os aspectos com o filho com que eles sempre sonharam. O filme, que foi bem recebido pela crítica nos Estados Unidos em sua estreia em meados de agosto, chega ao Brasil no final de setembro. Cindy (Jennifer Garner) e Jim (Joel Edgerton) tentaram de tudo para terem um filho, mas os médicos foram taxativos: nunca poderiam ter um bebê.De volta para casa em Stanleyville, "a capital mundial do lápis de cor", eles rabiscam em folhas de caderno, como para desafiar o destino, o retrato ideal da criança que nunca poderão ter, depois enterram as folhas dentro de uma caixa em seu jardim e vão para cama. Durante a noite, enquanto uma violenta tempestade cai sobre a casa, um menino (CJ Adams) aparece vindo direto do jardim, ainda sujo de terra e respondendo pelo nome de Timmothy.
Cindy e Jim decidem fazer dele seu filho e descobrem que ele combina em tudo com o que tinham sonhado. Mas existe um detalhe: folhas misteriosas crescem em suas pernas. Peter Hedges, o diretor e roteirista do filme - a quem devemos os roteiros de "Gilbert Grape" (1993), "O Mapa do Mundo" (1999) e "Um Grande Garoto" (2002) - estava ciente do terreno sensível em que se aventurou com essa história, inventada pelo escritor Ahmet Zappa.
"Podemos ver isso como: eles não podem ter filhos, eles têm uma criança mágica e tudo termina bem", declarou durante a apresentação do filme em Beverly Hills. "Eu tenho trabalhado em estreita colaboração com o marketing para excluir esta mensagem, porque não é o fundo do filme", acrescentou. Segundo ele, a história é, acima de tudo, uma reflexão sobre a família, a que temos, ou a que nós inventamos. "Uma fábula antiga". "Para mim, a família é sempre interessante", disse. "Eu amo as famílias cujos membros se entendem, mas onde há algo quebrado. Onde cada um faz o que pode, sem que seja suficiente".
A novidade em relação aos filmes anteriores de Peter Hedges - ele também escreveu e dirigiu "Do jeito que ela é" (2003) e "Eu, meu irmão e nossa namorada" (2007) - é a presença de elementos mágicos. "Esta foi a primeira vez para mim", observou: "Mas eu percebi que todos os filmes que eu assisto regularmente para me alimentar emocionalmente, como ;E.T;, ;O Mágico de Oz; e ;A felicidade não se compra;, de Frank Capra, tem um aspecto mágico. De repente, isso me libertou, e isso me impulsionou a ser mais lúdico, imaginativo e menos ligado à realidade".
[SAIBAMAIS]Jennifer Garner, esposa do ator Ben Affleck e com quem tem três filhos, afirma se sentir muito à vontade no papel de Cindy, e compreende o lado às vezes exagerado e protetor de sua personagem. "Ela é mãe pela primeira vez, não podemos julgá-la", diz. "Eu passei por isso e entendo. Não sou mais assim... Em todo caso, acredito nisso, mas se vocês perguntarem ao meu marido, talvez ele vai dizer outra coisa" "Mas acho que é muito bonito que o filme não esconde esse aspecto. Às vezes, como um pai, é tentando fazer o melhor que se comete os piores erros", observa.
Para o ator Lin-Manuel Miranda, que interpreta o engraçado jardineiro Reggie, o filme é uma fábula antiga, sobre um menino que vem de um jardim com folhas nas pernas, na tradição de "Peixe grande" e "Edward mãos de tesoura", de Tim Burton".