Quase uma hora antes, o quarteirão do Santa Isabel, às margens do Rio Capiberibe, dava o tom do que aconteceria pouco depois. Fãs de todas as idades fizeram um cinturão em volta do local, mas apenas 800 pessoas puderam ocupar as cadeiras e os camarotes dos quatro andares do teatro.
Emocionado com a recepção calorosa do público recifense, o eterno mutante se esbaldou em canções emblemáticas de seu repertório, como Cê tá pensando que eu sou lóki?, Não estou nem aí e uma versão transfigurada de sua Balada do louco (parceria com Rita Lee). Enquanto gritos de encorajamento e ;eu te amo; brotavam da plateia, desenhos de autoria de Arnaldo enfeitavam o fundo do palco. Ídolos do mutante, Elton John, Bob Dylan e Ray Charles tiveram alguns de seus clássicos em versões bem particulares no piano e na voz dele. ;Adorei estar aqui;, disse ele, após uma hora de show.
Ao Correio, em coletiva na tarde deste sábado (8/09), Arnaldo contou que, em se tratando de música, não há problemas em se fazer rock em um teatro de música erudita. ;O erudito encontra o rock em algum momento. A música tem uma estrutura que condensa tudo;, defendeu. Sobre os artistas de língua inglesa homenageados, Arnaldo comentou que são pessoas que o levam adiante. ;Às vezes, fico duas semanas sem compor nada, mas me vem uma inspiração e eu faço duas canções em um dia só;, finalizou.
Arnaldo é uma das atrações da 9; Mimo, mostra internacional de música que está acontecendo esta semana em Recife, Olinda e João Pessoa. Hoje, se apresentam em Olinda o pianista cubano Chucho Valdés, a Orquestra Contemporânea de Olinda e a dupla portuguesa de jazz Maria João e Mário Laginha. Assista aos concertos dos dois primeiros ao vivo, no site da Mimo (mimo.art.br/nordeste), respectivamente às 20h30 e às 22h.
O repórter viajou a convite da produção do evento.