Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Comediante britânico Sacha Baron Cohen comenta sobre o novo filme



Quando não está tirando com a cara de cidadãos americanos, ofendendo judeus em piadas aparentemente ingênuas ou fazendo comentários misóginos em seus filmes, Baron Cohen é um verdadeiro cavalheiro ; um gentleman. Em entrevista por telefone, de Los Angeles, o ator falou sobre o novo personagem, o desafio de improvisar cenas ao lado de outros intérpretes e suas principais inspirações, de Peter Sellers, o inspetor Clouseau em A pantera cor-de-rosa (1963), à trupe Monty Python.

Como foi manter, em O ditador, o equilíbrio entre a comédia prevista no roteiro e a comédia improvisada, tão característica em Ali G, Borat e Brüno?

Sabe, foi um desafio. Mas tentamos manter a liberdade de Ali G, Borat e Brüno com muita improvisação. Então, você sabe em que direção seguir a cada cena, mas, às vezes, o final não corresponde ao que estávamos pensando. Ainda sobre isso, nós improvisamos talvez durante meia hora com o elenco. Eu estava lá com Ben Kingsley e dizia, ;ei, agora vou beijar você na boca;. E fui um sortudo de ele não ter me dado um soco na cara.

Aladeen parece com o tipo de governante autoritário que se tornou alvo de revoluções populares na Primavera Árabe. Esses acontecimentos políticos influenciaram a composição do personagem?


Não, realmente não. Foi uma coincidência incrível. Nós tivemos uma ideia para esse filme e seis meses depois a Primavera Árabe começou a acontecer. Nós estávamos escrevendo o roteiro. E as pessoas me perguntavam, ;espere um segundo, o Gaddafi leu o seu roteiro?; Não leu! Mas parecia uma ideia absurda, essa de que eles levariam democracia para os seus países. A ideia era o ditador lutando para impedir que o mal da democracia chegasse ao seu país ; e então isso começou a realmente acontecer. Mas, à medida que a Primavera avançava, ela mudou algo no roteiro. Muitas piadas estavam sendo assassinadas tão rapidamente quanto os ditadores. Kim Jong-il, coronel Gaddafi. Sabe, quando Osama Bin Laden foi morto, todo mundo estava comemorando, e nós ficamos triste porque as piadas que tínhamos escrito sobre ele estavam agora mortas.