Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Águas de rio ganham aura ritualística na vida indígena



A aldeia fica no encontro dos rios Kulueni e Tuatuari, com suas águas mornas e cercadas por uma vegetação frondosa. Além das peraltices da meninada, incansáveis em suas piruetas atléticas, as águas que abastecem a aldeia são parte de diversos banhos, que ganham uma aura ritualística na vida dos indígenas. Este ano, o nível da água diminuiu sensivelmente, a ponto de prejudicar a navegação. Para transpor distâncias maiores, só em pequenos aviões que cruzam os céus da região.

A seca não é o único problemas dos povos ribeirinhos. Como as cabeceiras dos rios não estão dentro do traçado do parque, elas foram abraçadas por um cinturão agrícola, mantido a base de agrotóxicos e queimadas. A cada dia, há menos peixes, o volume de água diminui e os casos de câncer aumentam exponencialmente entre esses grupos étnicos.