Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Cantora e compositora paraense Dona Onete lança o CD 'Feitiço caboclo'

Dona Onete ainda era Ionete da Silveira Gama quando começou a cantar. A voz da menina encantava os botos dos rios do município de Igarapé-Miri (PA) e quem passasse por perto. Mas foi preciso quase seis décadas para a pessoa certa escutar a rainha do carimbó chamegado. ;Um dia, fui dar uma palhinha numa festa de carimbó na minha rua. O pessoal do Coletivo Rádio Cipo ouviu e achou que era uma mulher de mais ou menos 30 anos cantando. Mas era eu! Eles já conheciam o Laurentino e me chamaram para fazer parte do grupo. Eu dizia que não queria, mas meu marido me convenceu a ir. E hoje estou aqui;, diz Onete.

Graças a essa ;palhinha;, ela se apresentou em várias cidades do país e, com o boom cultural paraense, virou nome imprescindível na música popular brasileira. Aos 73 anos, Dona Onete lança o primeiro disco 100% autoral, Feitiço caboclo, e mostra o som eclético do Norte. Além do tradicional carimbó, ela traz, em 11 faixas, o bolero, a salsa caribenha e a guitarrada, representada em Boi guitarreiro, com as participações especiais de Mestre Vieira, Pio Lobato e Manoel Cordeiro. Em Rios de lágrimas, a artista surpreende ao dividir os microfones com o músico MG Calibre, que une o rap ao ritmo da percussão e dos metais.