Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Festival de Cinema Judaico traz filmes que exploram homossexualidade

São Paulo ; O 16; Festival de Cinema Judaico, que começou nesta terça-feira (7/8) na capital paulista, faz uma homenagem aos irmãos Barak e Tomer Heymann, vistos como principais expoentes do cinema marginal israelense. Serão exibidos dez documentários da dupla, cinco deles inéditos na cidade, tratando de temas polêmicos como homossexualidade e conflitos árabe-judeus.

Estará na mostra Bonecas de Papel (2006), dos irmãos Heymann, que conta a vida de travestis filipinos expulsos por suas famílias e que passam a morar ilegalmente em Israel. Lá, trabalham 24 horas por dia para enviar dinheiro aos seus familiares.

Em outro documentário dos irmãos em cartaz, Ponte sobre o Wide (2006), a dupla retrata um grupo de pais árabes e judeus que resolveram criar uma escola bilíngue dentro de uma aldeia árabe. Segundo José Luiz Goldfarb, um dos organizadores do evento, há muita coragem no trabalho dos irmãos Heymann.;Eles têm um enfoque muito corajoso e profundo de problemáticas extremamente difíceis e, muitas vezes, tabus;.

Premiados internacionalmente nos festivais de Berlim e de Los Angeles, os irmãos vêm a São Paulo para um debate durante a sessão extra de cinema, marcada para as 20h30 do dia 15, no Teatro Arthur Rubinstein.

Além dos homenageados, o público poderá ver mais de 40 produções de países como Israel, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, República Tcheca, Croácia, Polônia, Ucrânia, Argentina e Brasil, entre ficções, curtas, infantis e quadrinhos, de cineastas judeus e não judeus, todos envolvendo a temática judaica.


De acordo com Goldfarb, apesar dessa abordagem, os sentimentos passados pelos filmes servem para todo o público. ;Os problemas judaicos acabam extrapolando a comunidade judaica e entrando nas angústias, tristezas, alegrias e dramas da alma humana;.

Até domingo (12/8), último dia do festival, são esperados 15 mil espectadores. Nesta terça-feira (7/8), às 20h30, será exibido um longa-metragem feito em quadrinhos: O Gato do Rabino (2011), no Teatro Arthur Rubinstein. Voltado para o público adulto, ele traz problemáticas da comunidade judaica que vive na Argélia, mas de forma bem humorada.

;É a história de um gato que engole um papagaio e começa a falar;, resume Goldfarb. O filme é multicolorido e desenhado à mão em duas dimensões. ;A linguagem de quadrinhos é um outro destaque do cinema judaico, que teve presenças importantes como o Superman, Batman, que tiveram origem em autores judeus;, disse.

Goldfarb diz que a presença dos judeus no cinema mundial é marcante não somente devido aos filmes inspirados em quadrinhos. Ele cita os nomes de Woody Allen, Roman Polanski e Steven Spielberg, como exemplos da vocação judaica para a sétima arte.

O festival está em cartaz em sete salas de cinema de São Paulo, no Teatro Arthur Rubinstein (Hebraica), Cinemark Higienópolis, CineSesc, Centro de Cultura Judaica, Teatro Eva Herz e Museu da Imagem e do Som (MIS). Os ingressos são gratuitos ou vendidos a preços populares. A partir do dia 13, uma seleção de filmes participantes do festival estarão disponíveis no site www.hebraica.org.br