>>Nahima Maciel
Mais ativa e menos contemplativa. Assim Guilherme Reis, curador e organizador do Cena Contemporânea, definiu a 13; edição de sua maratona artística, que ocupou Brasília, entre os dias 17 e 29 de julho, com múltiplas opções teatrais e musicais, além de atividades formativas. ;Percebi que os espetáculos provocaram discussões interessantes e elevaram o senso crítico do público. Nunca vi tanta gente escrevendo críticas na internet e isso é muito bom;, avalia. Além da discussão política que permeou parte das montagens, temas como sexualidade e o poder da linguagem cênica de interferir na realidade também deram a tônica dos debates.
A primeira semana presenteou o público com o destaque da programação, o argentino Mi vida después, de Lola Arias, espetáculo que rendeu discussões (e comparações) até o último dia de festival. Além de desmanchar o estigma que liga temáticas políticas a um teatro chato, a montagem serve de exemplo quanto à utilização inteligente de tecnologia em cena, equilibrada com encenação memorável: as roupas que jorram do teto como memórias; a bateria tocada para exorcizar mágoas; a tartaruga decidindo os rumos da história.