Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

A peça Every year, every day, I'm walking satisfaz, mas não empolga plateia

A peça sul-africana Every year, every day, I;m walking, da Magnet Theatre, apresenta a história singela de uma criança que perde a casa e a família de maneira brutal. Refugiada em Johanesburgo, vivencia as barreiras violentas do estrangeiro e do deslocamento. Esses são os primeiros passos para então lidar com a perda precoce de sua irmã, Ernestine, e seguir em busca de um lar longe de casa.

Durante 70 minutos, as atrizes Noluvuyo Sam (filha) e Jennie Reznek (mãe) regem sozinhas o espetáculo. Vigorosamente físico, ao mesmo tempo delicado e quase ingênuo, Every year, every day, I;m walking conquistou parte da plateia, chegando a emocionar alguns espectadores, enquanto uma parcela generosa se manteve distante e desconectada.

;A peça foi extremamente emocionante. Não imaginava ver tanta expressividade nas duas personagens. Mesmo não entendendo muito bem a língua, principalmente a francesa, foi possível acompanhar e sentir todo o percurso da criança afastada da família. Elas conseguiram mostrar com o corpo toda a história;, comenta o professor de psicologia Marcos Azambuja.

A narrativa não impressionou a estudante Taiana Menezes. ;Gostei da história, mas não me surpreendeu, por mais que eu tenha achado a expressão corporal interessante, o jeito de atuar diferente do estilo brasileiro também; mas a história achei meio vaga;, argumenta. ;Por mais que tenha passado as sensações, a aculturação e a ligação entre mãe e filha, faltou algo mais consistente. Talvez um pouco mais de crítica;, completa.

O Correio traz na edição impressa de segunda-feira a cobertura completa de Every year, every day, I;m walking, da produção chilena Villa y Discurso e do espetáculo colombiano EnOtraParte.