O Brasília International Film Festival (o Biff, de sexta ao dia 22) começou sem discursos protocolares ou boas-vindas aborrecidas. Faltou também glamour, brilho, tapete vermelho e coquetel. Sobrou atraso e demora: noite iniciada às 20h50 e encerrada nos primeiros minutos do dia seguinte. A primeira edição da novíssima mostra, que, a partir desta sexta (13/7), exibe mais de 50 filmes de 33 nacionalidades, foi principiada, aliás, com um misto de charme e inquietação. A atriz francesa Anna Karina, estrela da nouvelle vague e homenageada do Biff, subiu no tablado da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional para cantar e, nas pausas entre as músicas, conversar com o público em francês.
Em mais de 40 minutos de show, com acompanhamento de um músico ora ao piano, ora no violão, houve aplausos entusiasmados de parte da plateia. Quem viu tudo dos últimos assentos sofreu para escutar alguma coisa, por conta da má qualidade do som. Várias cadeiras foram desocupadas bem antes do término da apresentação.
Os inquietos que aplaudiram, assobiaram e decidiram permanecer até o fim viram Na estrada (On the road), novo longa-metragem de Walter Salles, filme escolhido para abrir o Biff. Sessão de boas risadas e aplausos no desenrolar dos créditos finais, pontuada pelo tom libertário do road movie, adaptação do livro de Jack Kerouac.
Os títulos do Biff serão projetados na sala Alberto Nepomuceno (Teatro Nacional) e no Cine Cultura Liberty Mall. Doze filmes competem por um total de US$ 50 mil de premiação, distribuída em cinco categorias. Outras dezenas de títulos estão incluídos em mostras paralelas diversas, de cinema africano, americano, europeu, latino-americano e de animação.