A mostra paralela do BIFF Cara latina tem documentários e ficções dirigidas por mulheres latino-americanas apresentam um olhar feminino e bastante crítico sobre o continente. Conheça os filmes e o perfil das diretoras:
Araya
(Venezuela, 1959, 82min, documentário)
De Margot Benacerraf.
Um dia na vida de três famílias habitantes em um dos mais inóspitos lugares do planeta ; a península de Araya, situada no nordeste da Venezuela. Prêmio Internacional da Crítica, no Festival de Cannes de 1959 (compartilhado com Hiroshima, mon amour, de Alain Resnais)
A diretora
[SAIBAMAIS]Margot Benacerraf capta um documento precioso dos métodos arcaicos de extração de sal antes de seu desaparecimento definitivo com a chegada da exploração industrial. Margot tem 86 anos e vive atualmente em Paris, na França.
Testemunhos de um etnocídio: memórias de resistência
(Testigos de un Etnocidio: Memorias de Resistencia, Colômbia, 2007, 58min, documentário)
De Marta Rodriguez
A história do extermínio de culturas ancestrais com o massacre dos povos guahibos e sicuanis no município de Planas, em 1970 até os atos de violência que desencadearam no massacre do povo Awá, em 2009, na reserva indígena Gran Rosario. Vencedor do Prêmio Del Fondo de Desarollo Cinematografico de 2008.
A diretora
Uma das documentaristas mais importantes da história do cinema colombiano, Marta Rodríguez recupera a memória de etnocidio dos povos indígenas da Colômbia por meio de testemunhos e imagens de arquivo e constrói narrativa usando sua própria voz e a de líderes indígenas.
Abrir puertas y ventanas
(Suíça/Argentina, 2011, 98min, ficção)
De Milagros Mumenthaler. Com María Canale, Martina Juncadella, Ailín Salas e Julián Tello. Três jovens irmãs lidam com o luto causado pela morte da avó que as criou de maneiras diferentes. Prêmios de melhor filme e melhor atriz (María Canale) no Festival Internacional de Locarno, prêmio de Melhor Filme Iberoamericano no Festival de Guadalajara e prêmio Fipresci, da crítica internacional.
Paredes silenciosas
(Labranza oculta, Equador, 2010, 65min, documentário)
De Gabriela Calvache
A Casa del Alabado construída em 1671 é parte do centro histórico de Quito e sobreviveu aos tempos. Os documentos oficiais registram os nomes de colonos e arquitetos europeus que participaram de sua construção mas a grande massa indígena que atuou como operária permaneceu no anonimato. Os pedreiros que restauram a Casa del Alabado narram, com humor e inteligência, suas vidas e aspirações.
A diretora
Gabriela Calvache é diretora e produtora. Realizou cinco curtas-metragens exibidos e premiados em festivais internacionais. Labranza é seu primeiro longa-metragem.
Sibila
(Chile/Espanha/França, 2011, 95min, documentário)
De Teresa Arredondo
Narrativa familiar sobre a diretora que procura recuperar as consequências para a família da escolha política de sua tia. Sibila, viúva do escritor peruano José María Arguedas e ex-esposa do poeta Jorge Teillier, foi acusada de pertencer ao grupo terrorista Sendero Luminoso e passou 15 anos presa. Prêmio de Direitos Humanos no 14; Bafici ; Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independente.
Quem tem medo? Um golpe em Honduras
(;Quién dijo miedo? Honduras de un golpe, Honduras/Argentina , 2010, 90min, documentário)
De Katia Lara
Um brutal golpe de estado em Honduras tem como consequência o sequestro do presidente Zelaya. Os hondurenhos ergueram-se para resistir apesar do viés da mídia e da repressão para lutar por seus direitos.
Uma longa viagem
(Brasil, 2011, 95min, documentário/ficção)
De Lúcia Murat. Com Caio Blat.
Documentário biográfico narra a história de Lúcia Murat e de seus irmãos a partir da trajetória do irmão caçula, Um hippie que viaja pelo mundo. Prêmio da Crítica de Melhor Documentário no Paulínea Festival de Cinema de 2010 e melhor filme, ator, direção de arte, melhor filme eleito pelo júri popular e prêmio estudantil no Festival de Gramado.
A diretora
Presa e torturada pela ditadura militar do Brasil, Lúcia dirigiu filmes sobre o tema da repressão de Estado e tortura. Dirigiu também Maré, nossa história de amor (2007), Olhar estrangeiro (2006), Quase dois irmãos (2004), Brava gente brasileira (2000), Doces poderes (1997), Oswaldianas (1992), Que bom te ver viva (1989) e O pequeno exército louco (1984).