Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Livro resgata histórias da imprensa brasiliense da década de 70

Nos anos mais sofridos da história recente do Brasil, quando a ditadura militar apertou o cerco em torno da liberdade de ideias e da expressão democrática, a grande imprensa acabou também cerceada. Como consequência, o jornal O Pasquim abriu um filão de experiências midiáticas que ecoou país afora, e Brasília, mesmo ainda imberbe, entrou na onda da imprensa alternativa. Jovem capixaba e aspirante a jornalista, Antônio Pádua Gurgel participou de duas dessas publicações: foi diretor e colaborador dos jornais Tribo e Cidade livre, que registram a história setentista da capital com forte sotaque underground. Nesta quinta-feira (28/6), ele lança, às 19h, no Carpe Diem (CLS 104) o livro Jornal de década de 70, que faz um resgate do período, por meio de textos e reportagens publicadas nos dois veículos de comunicação.

Pouco depois do estudante com passado de militante político ter sua matrícula negada no curso de jornalismo da Universidade de Brasília (após ganhar um processo judicial, ele garantiu a vaga), veio a oportunidade de montar a Tribo. ;Não era um jornal, era um movimento que retratava a expressão de uma geração que se reunia nos gramados da cidade, usava cabelão, tinha inquietações próprias e representava a contracultura; conta. A sede não servia só para datilografar as notícias em máquinas de escrever: ali a trupe de repórteres promovia palestras sobre cinema, discos voadores, aulas de capoeira e shows de rock.