Paris ; O chapéu e os óculos escuros ajudam a proteger a pele muito branca do sol de verão, mas a camisa listrada é um lembrete. Anna Karina não perdeu o jeito de moleca que fascinou uma geração. É com ele que ela gesticula, sorri e revisita o passado. A garota que corre pelos corredores do Louvre de mãos dadas com os namorados em Bande à part e embarca nas maluquices de Jean-Paul Belmondo em Pierrot le fou se diverte aos 71 anos quando lembra do quão jovem e inocente já foi.
Ela adora assistir aos filmes e fica aliviada com a invenção do DVD. ;Tenho tudo e posso ver quando quero;, garante. Ela não tem mais a cinemateca onde se enfiava por mais de 12 horas seguidas ; a sala foi deslocada para um bairro moderno. Lá, encontrava-se a vanguarda do cinema francês nos anos 1960. Aceita a televisão e está bem contente com a homenagem e a mostra organizada pelo Brasília International Film Festival (Biff). Em julho, a atriz desembarca na cidade para acompanhar o evento, conversar com o público e realizar um show na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Ela mesma sugeriu os seis filmes programados para a mostra.