Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Curta da brasileira Juliana Rojas conquista menção honrosa em Cannes

O Festival de Cannes 2012 registrou a participação de muitos brasileiros fora e dentro das mostras competitivas. O cineasta Walter Salles concorreu a Palma de Ouro, com Na estrada (que não levou nenhum prêmio) e Cacá Diegues (Deus é brasileiro e Bye bye Brasil) presidiu o júri do Camera D; Or um dos mais importantes de Cannes. Porém, foi mesmo a diretora paulistana Juliana Rojas a conquistar o melhor desempenho da edição. O curta-metragem O duplo foi exibido na Semana da Crítica e levou a menção especial Nikon. Juliana, 30 anos, não é nenhuma marinheira de primeira viagem a pisar na Croisette. Foram quatro passagens por Cannes. A primeira foi com o projeto de graduação da ECA-USP, o drama O lençol branco, em 2005. Depois, tiveram o curta O ramo (2007) e o longa-metragem Trabalhar cansa, em 2011. Todos dirigidos em parceria com Marco Dutra, com quem dividiu os bancos da faculdade de cinema.

Agora, Juliana tocou a direção sem a ajuda do amigo Dutra. No entanto, O duplo segue algumas características do trabalho em conjunto como a filiação ao cinema do fantástico. ;O duplo foi inspirado na lenda do Doppelg;nger. Um ser fantástico com habilidade de tomar a forma humana de uma pessoa e expor o seu lado negativo. Durante a pesquisa descobri o relato verídico de uma professora perseguida por seu duplo. Os professores têm um papel importante na sociedade e a função moral de ensinar crianças, achei interessante incluir um personagem como esse envolvido numa história sobrenatural;, explicou no dia da exibição na França.