Um dia, Rogério Resende acordou às 6h com um projeto prontinho instalado na cabeça. Afinador de pianos há mais de três décadas e aficcionado pelo instrumento, decidiu montar um museu móvel com peças dos séculos 19 e 20. Levou dois anos para convencer a mulher e a filha antes de sair pelo mundo em busca de pianos raros. Chegou a atravessar o Brasil em direção a Montevidéu para buscar uma pianola. Demorou, mas graças à personalidade metódica e persistente, o afinador apresenta hoje o resultado. O Museu Itinerante do Piano estará aberto ao público durante a programação de encerramento da Semana dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus do Ministério da Cultura (Ibram).
Instalado na praça do Complexo Cultural da República, o caminhão transformado em museu contém 14 pianos fabricados entre 1850 e 2012, um conjunto capaz de narrar a história da fabricação do instrumento durante os últimos 160 anos. A peça mais antiga é uma pianola inglesa Broadwood de 1850 com pedais que, acionados pelo pianista, disparam uma máquina responsável por fazer as teclas tocarem sem o auxílio dos dedos. Como essa há outras três cujas mecânicas diferem apenas pela tecnologia utilizada.