Em cartaz desde sexta-feira (4/5), Luz nas trevas ; A volta do Bandido da Luz Vermelha é o filme que um dos maiores cineastas brasileiros nunca realizou. Trata-se, como adianta o título, de uma sequência da estreia revolucionária de Rogério Sganzerla (1946-2004) em longa-metragem, em O Bandido da Luz Vermelha (1968), grande vencedor do Festival de Brasília daquele ano ; seis prêmios, incluindo melhor filme e direção. A continuação vinha sendo planejada desde os anos 1990 e, desde então, trilhou rota longa e demorada. Só pôde ser filmada em 2009, com direção de Helena Ignez, ex-mulher do cineasta, e Ícaro Martins. Em 2010, circulou por festivais internacionais, nos Estados Unidos, na Suíça e até na Índia, e só agora chega ao circuito comercial.
Sganzerla, ícone do cinema dito marginal ao lado de Júlio Bressane, ficou quase uma década inteira (a de 1990) debruçado sobre o roteiro de Luz nas trevas. Ignez conta, aliás, que o texto estava mais para um romance. ;Era mais um estudo, com desenhos psicológicos e espaciais, que um roteiro acabado. Tinha sequências formatadas, clipadas;, diz a atriz, que estreou como diretora de longas em 2008, com Canção de Baal (2008).