Foi com uma brincadeira com Fernando Pessoa que o português Miguel Sousa Tavares, autor de Equador e Rio das flores, deu início à conversa com o público no Auditório Nelson Rodrigues. Disse que como se sentia sozinho no palco iria fazer como Pessoa fez com os heterônimos: criar o personagem de si próprio como se houvesse dois autores. O escritor leu um texto no qual explicou como encara a escrita e o papel do escritor. "Se escrever é contar uma história aos leitores, todos contadores de histórias são escritores, mesmo que não escrevam, mas nem todos os escritores são contadores de histórias, apesar de escrverem. O que importa são as palavras, o estilo da escrita, a beleza da fórmula, não aquilo que se escreve, aquilo que se conta ou deixa por contar aos outrosa. Não é preciso escrever um romance para contar uma história. Camões escreveu em verso Os Lusíadas, que é uma fonte sobre a história Portugal até o século 16."
Sousa Tavares também falou sobre Brasília e disse que a capital representa a história do Brasil nos últimos 50 anos. "A cidade contuinua sendo símbolo da modernidade, uma cidade feita para servir os homens e que, simultaneamente, é simbolo do poder administrativo. Pessoas que construíram essa cidade, vieram do sertão pau-de-arara, enfrentaram tudo que tinham para enfrentar aqui, e os que vivem aqui, sem dúvida dão mostra de coragem. Tudo termina e começa aqui. Que viva para sempre Brasília", elogiou.
O escritor respondeu perguntas do público durante quase uma hora e falou sobre o processo de pesquisa para escrever romances históricos e sobre a importância da literatura infantil. Sousa Tavares acredita que a literatura para crianças é mais importante que a literatura para adultos porque é ela a responsável por apresentar a leitura ao leitor desde os primeiros passos.