Ao ligar o rádio, era grande a possibilidade de se ouvir Ai que saudades da Amélia ou Ave Maria no morro. O ano era 1942. Nelson Gonçalves, Aracy de Almeida e Cyro Monteiro estavam no auge. O cruzeiro tomava o lugar dos mil-réis e o mundo vivia a Segunda Grande Guerra. Nesses dias, nasciam alguns dos artistas mais emblemáticos da música popular brasileira, responsáveis por modernizá-la a partir da década de 1960. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Paulinho da Viola ; para citar alguns dos que estão em atividade ; completam, em 2012, 70 anos de idade. Porém, não é necessário resgatá-los do passado para fazer um retrospecto de suas obras: é a geração deles que, ainda hoje, nos referencia em termos musicais. Tais personagens não se acomodaram com as conquistas de outrora e continuaram soprando novos ventos a favor da música brasileira.
Ainda em 1942, nasceram o bamba Nei Lopes e os finados Nara Leão, Tim Maia, Clara Nunes e Celly Campello. Contudo, a geração inovadora da qual esses astros fazem parte é muito mais ampla e não se restringe aos artistas deste ano. Mais velhos ou mais novos, Chico Buarque, Edu Lobo, Elis Regina, Erasmo e Roberto Carlos, Tom Zé e Jorge Ben Jor são alguns dos que fazem parte da seleta casta. Mas o que teria propiciado a origem simultânea de tantos músicos notáveis?